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terça-feira, 11 de agosto de 2015

O Vôlei de todos os tempos



Um dos esportes mais populares na atualidade, o Voleibol desponta no ranking das modalidades mais caras e valorizadas do mundo. Um investimento que levou tempo e dedicação de muitos personagens no cenário esportivo, especialmente nas três últimas décadas no Brasil.

Por Mila Dutra


De uma brincadeira de escola para os ginásios do mundo. O que era para ser mais uma atividade curricular recreativa elaborada pelo americano William George Morgan, em 1891, é hoje um dos esportes mais conhecidos e investidos do mundo. Antes, praticado apenas como um jogo de lazer entre os jovens, o vôlei tornou-se um esporte de alta competitividade – e um dos mais praticados no mundo inteiro - conquistando cada vez mais um lugar de destaque e um legado de apaixonados pelo esporte. No Brasil sua grandeza sempre chamou atenção - em 1951, no Rio de Janeiro, a Seleção Brasileira participou de sua primeira competição internacional - o Mundial Sul-americano de Vôlei - antes mesmo da criação da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em 1954.

Times como Fluminense, Flamengo, Santos fizeram história nos primeiros anos do esporte no país. Contudo, o grande nome para o crescimento do esporte no Brasil, bem como sua massificação é, dentre outros, Carlos Arthur Nuzman – visionário e investidor da modalidade.

Um ex-atleta, que virou símbolo de sucesso, Nuzman uniu a dobradinha de sucesso “organização e marketing esportivo”, que abriu margem para uma ampla qualificação desse processo. Ao estabelecer uma padronização com referência nos moldes Japonês e Italiano, Nuzman abriu a porta para a realização de intercâmbios, possibilitou uma maior graduação profissional do corpo técnico e favoreceu o desenvolvimento da modalidade – transformando o Brasil em uma verdadeira máquina de títulos e uma referência de gestão esportiva. O país vem desde então, dominando o vôlei mundial – nas modalidades femininas e masculinas.



Minas de Ouro

A escalada do vôlei em Minas Gerais passou por momentos de altos e baixos, em destaque para a década de 80 em que, a partir daí, alcançou um grande reconhecimento no cenário esportivo nacional.

O vôlei mineiro nasceu no berço do Minas Tênis Clube (MTC) - uma das mais tradicionais instituições sociodesportivas e culturais do Estado e do país. Com membros e dirigentes apaixonados pela modalidade, em destaque para seu fundador, o engenheiro José Mendes Júnior, a equipe minastenista fez uma história vencedora e chegou a conquistar o Tri-Campeonato Brasileiro de Voleibol (84/85/86). Vale ressaltar que na mesma época apontavam dentro deste contexto, como adversários, os grandes do vôlei brasileiro e o Minas atropelou.

 Antes o vôlei mineiro não se equiparava aos grandes clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo, mas trilhava uma importante jornada rumo a este reconhecimento. Em Belo Horizonte, na mesma década, os clubes Mackenzie, Olympico, Sparta e Guaría (os dois últimos mais como formadores) foram tradicionais na modalidade, mas perderam espaço. Foi então que surgiu como vencedor o meteórico Atlético Mineiro  para desafiar o mais tradicional: o Minas Tênis Clube – time ao qual alavancou a carreira de uma de nossas maiores estrelas, o hoje vereador Pelé do Vôlei.

O Minas é detentor de três importantes títulos Sul-americanos. Comandados pelo então técnico Young Sohn, fez, em no ano de 1984 em Lima, no Peru, uma história que marcaria para sempre o Clube. Na equipe, nomes consagrados do voleibol brasileiro, como Cacau, Helder, Pelé, Zé Eduardo e outros. O bi-campeonato, em 1985 veio de forma invicta no Paraguai e o tri- quase chegou em 1986, em Santiago, no Chile e ficou com o vice. Em 1999, o time minastenista se consagrou campeão sul-americano pela terceira vez, com o comando pelo técnico Cebola. Despontava ali a geração do levantador Rafael, o meio de rede Henrique, o oposto Canha, dentre vários outros campeões, como Anderson, Paulo Anchieta e etc



Vôlei Campeão, Uai!

Um dos maiores personagens da história do vôlei mineiro, José Francisco Filho, o Pelé, de 57 anos, nasceu em Belo Horizonte, e, vindo de uma infância pobre, integrou uma das maiores equipes, o Minas Tênis Clube.  A história de Pelé nas quadras começou cedo, aos 16 anos no Guaíra onde ficou por apenas seis meses destacando-se no Campeonato Metropolitano – ocasionando sua ida para o Olympico - clube onde conheceu os companheiros Caio, Girino, Eltinho, Henrique Ferreira, Cléber.

No Atlético Mineiro - na época, comandado por Alexandre Kalil, Pelé contava com outra equipe de peso: o levantador José Roberto Guimarães, Helder, Badalhoca, Zé Eduardo e Fernandão entre os titulares. De 1980 a 1983, o Atlético somou sete títulos - quatro estaduais e outros três metropolitanos. 

No Campeonato Brasileiro, ficou atrás apenas das equipes Bradesco e Pirelli. “Subir ao pódio não foi tarefa fácil. As empresas não investiam tanto, se comparadas ao trabalho desenvolvido no Rio e em São Paulo. Outros Estados, especialmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina também decidiram ficar com parte desse bolo. Nos anos 80, o Pernambuco também tentou uma fatia, mas não conseguiu por falta de recursos” ressaltou Pelé. Foram investidores no vôlei Sadia, Pirelli, Frangosul, Bradesco, Atlântica Boavista, Banespa e muitas outras empresas. 

Em sua passagem pelo Minas, tradicional formador de jogadores, Pelé elencou juntamente com grandes nomes, como Mário Marcos, Márcio Botrel, Jorge Lípiani, Helder, Henrique Bassi, Carlos Rogério, Paulão e Agenor. O ex-atleta e atual parlamentar na Câmara Municipal de Belo Horizonte, é um dos poucos que na atualidade pode apontar os investimentos do vôlei das gerações passadas para as atuais. Segundo Pelé “o Brasil é o país do Vôlei. E essa realidade era impossível de se pensar a 30 anos atrás. Isso se deve ao trabalho de Nuzmann, que saiu de um mero aprendiz para conquistar memoráveis”. O ex-atleta ressaltou ainda que o vôlei mineiro tomou novos rumos: “Chegamos a primeira linha mundial, com conquistas do Minas Tênis Clube e do Sada-Cruzeiro”.



O futuro do vôlei brasileiro está na nova geração

Na década de 80, com a chegada de empresas que patrocinaram a modalidade como, a Fiat, Vivo, MRV, Usiminas, Lacqua di Fiori, Tambasa e mais recentemente o Camponesa, os investimentos no esporte em Minas Gerais mudaram o cenário. O vôlei mineiro é representado por clubes de expressão no interior, como o Sport Clube de Juiz de Fora, o Praia Clube de Uberlândia, o Montes Claros e o grande Sada-Cruzeiro, que conta com grandes títulos nacionais e internacionais, dentre eles, o Tricampeonato da última temporada da Superliga.
 
Como uma grande referência de boa gestão, o Sada-Cruzeiro – atual “dono dos títulos” é uma das principais forças do voleibol brasileiro na atualidade. Os “Guerreiros das Quadras” são considerados sinônimos de garra e competitividade – aliado a uma torcida apaixonada pelo esporte.



A Seleção Brasileira há mais de dez anos está na lista das favoritas para todas as competições. Conta atualmente com o apoio da torcida em todos os cantos do país (e do mundo) e conta com um elenco técnico de peso, como, Éder, Wallace, William, Maurício Borges, Murilo, Bruninho, Serginho entre outros.

A Seleção está de olho nas Olimpíadas de 2016. Na oportunidade, poderá ser a maior consagração de um esporte - que começou como uma simples brincadeira, mas que hoje nos dá a garantia - independentemente do rival - que o pódio tem um lugar reservado para o nós.

Todo o sucesso obtido nas últimas décadas está aliado aos importantes investimentos e ao excelente trabalho realizado pela Confederação Brasileira de Vôlei. A cada nova época uma nova era de grandes nomes e campões vem surgindo – apontando um futuro promissor para o vôlei no Brasil. Novas conquistas - É o que desejamos para a festa maior – os Jogos Olímpicos. Estejam certos: o vôlei não fará a lambança do futebol brasileiro, que fez a festa em casa para que os outros pudessem bailar. 

Esta nova geração de atletas inovam e marcam uma nova fase para o vôlei brasileiro.


Salute caros amigos!
Beijo da Bela da Bola
   






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