Fala, Nação indignada!
Antes
de qualquer coisa, vamos explicar: A indignação óbvia que estamos
todos sentindo hoje não é fruto do resultado em si. A vitória ou a
derrota fazem parte do jogo e no futebol, em especial, várias vezes
não seguem qualquer critério de justiça. Não, amigos, a
indignação vem do sentimento de déjà vu que o time
conseguiu provocar em sua torcida na tarde de ontem.
Nosso 14 de Fevereiro de 2016 remeteu aos piores momentos vividos em
2015. O Flamengo jogou às 17 horas de domingo com a preguiça de
quem acorda para o trabalho às 6 horas de segunda! Se não é o
esperado, também não é incomum que num dia ruim tenhamos um ou
outro jogador se apresentando com baixo rendimento, agora um jogo
onde basicamente todo o time se apresenta em campo como se estivesse
jogando uma pelada de fim de temporada é, no mínimo, para se
acender a luz de alerta.
Guerrero: bem marcado, peruano não teve boa atuação. (Gilvan de Souza/Flamengo) |
Muito
pouca coisa se salvou na hecatombe rubro-negra do fim de semana. Com
sinceridade, pensamos que só Juan, Rodinei e Cirino estiveram, de
fato, “em campo”. De resto, todos os outros figuraram entre a
mediocridade e a omissão. Chamou muito nossa atenção a apatia
mostrada em campo tanto por Mancuello quanto por William Arão, o que
aliado a mais uma “brilhante” (só que não...) atuação do
(inexplicavelmente) intocável Márcio Araújo, tornou nossa
transição defesa-ataque nula.
Nosso
ataque basicamente também não se fez presente em campo. À exceção
da vontade (ainda que pouco acompanhada de efetividade) mostrada por
Cirino, tanto Sheik quanto Guerrero mostraram-se totalmente
desconexos com a realidade do jogo. Aliás, não é de hoje que
Emerson está fazendo por merecer um período no banco de reservas,
especialmente em função dos inúmeros lances onde ou exagera nas
firulas improdutivas ou prende a bola demais e acaba por estragar
lances promissores. Já em relação ao Guerrero, a despeito do bom
desempenho que vem demonstrando neste início de ano, está mais do
que na hora de mostrar seu potencial em jogos decisivos. Vale
destacar também que Everton, que entrou na segunda etapa, em nada
alterou o quadro de apagão de nosso ataque.
Na
zaga, as constatações são as mesmas que persistem já a algum
tempo, ou seja: Juan se multiplicando em campo por absoluta falta de
um companheiro de zaga minimamente à sua altura; Rodinei vem tendo
boas atuações, mas por absoluta falta de cobertura, suas idas ao
ataque acabam provocando falhas defensivas; Jorge continua em sua
fase “Luiz Antônio” de jogar, ou seja, insistentemente jogando
bem abaixo daquilo que sabemos poder render; Paulo Victor continua a
cometer erros primários; E por fim, continua o Flamengo atuando com
dois jogadores completamente inaptos para vestirem o manto (por
sinal, façam os amigos o exercício de, revendo o lance do gol
adversário, prestarem atenção em quem fez a falta que originou o
gol – completamente desnecessária principalmente aos 45 minutos do
segundo tempo – e quem deixou o menino que chutou completamente
livre de marcação).
Cirino bem que tentou, mas Flamengo criou pouco (Gilvan de Souza/Flamengo) |
Se
realmente queremos ter, nesta temporada, algum tipo de ambição
maior do que aquela a que nos acostumamos ultimamente (de nos
livrarmos do rebaixamento), é urgente a saída definitiva do time de
Wallace e Márcio Araújo, bem como o banco de reservas para PV e
Sheik.
Pelo
menos, consolou-nos assistir a coletiva de Muricy (que, diga-se de
passagem, substituiu mal trocando Cirino, e não Sheik, por Everton).
Diferentemente das coletivas a que nos acostumamos (de Luxa,
Cristóvão, Oswaldo...), onde os treinadores (e apenas eles) sempre
haviam visto o time jogar bem (com as famosas ressalvas, como “faltou
objetividade”, “faltou efetividade”, “pecamos em detalhes”,
etc.), Muricy visivelmente não tem nenhum problema em reconhecer que
o time jogou muito mal, que houve omissão do meio-campo, falha
defensiva e, principalmente, que há ainda muito que acertar.
Vai
que tô te vendo (indignado, mas sempre do teu lado), Mengão!
Grande
abraço! SRN
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