Fala,
Maior Torcida do Mundo!
Vamos
trocar nossos costumeiros dois dedos de prosa sobre o jogo de ontem?
Bom,
sem meias-palavras, o grande destaque não poderia ser diferente:
vencemos. Agora, o famoso outro lado da moeda: Convencemos? E aqui é
que nossa análise merece ser melhor detalhada.
Olhando
apenas para o resultado final, vai ter muita gente que vai cravar:
“Sim! Convencemos! Está aí o resultado para mostrar...”
Bom,
esse não é exatamente o parâmetro ideal, bastando que nos
lembremos do jogo de meio de semana, com o América-MG, onde a
despeito da (magra) vitória, apresentamos um “futebol” (quem
assistiu vai entender o porquê das aspas...) que mais uma vez
remeteu aos piores dias de 2015. Não, amigos, vencer não pode ser
necessariamente parâmetro para convencer.
E
aí, permitam-nos algumas ressalvas. Primeira delas: Há que se
diferenciar convencer com animar. Não há nenhuma dúvida de que foi
animadora a nossa atuação no primeiro tempo.
Guerrero marca o seu primeiro gol pelo Flamengo em um clássico (Gilvan de Souza/Flamengo). |
Visivelmente
o nosso meio-campo transmutou-se da água para o vinho na noite
passada. De um lado, a proteção à zaga e a transição desta com o
ataque deram um claro salto de qualidade com a entrada do colombiano
Cuellar (futebol, amigos, é simplicidade; basta que o volante de
contenção/ligação toque a bola e corra para se tornar opção
para receber de volta para vermos a evolução que vimos ontem). De
outro, Mancuello (que finalmente parece ter encontrado seu espaço em
campo – pela meia-esquerda, saindo de trás da linha central com a
bola, e não escondido nas costas do meio-campo adversário) e Arão
(peça que se consolida como fundamental no Flamengo 2016) jogaram o
fino, mostrando que, mantido o padrão de jogo atual, não sofreremos
mais de acefalia no meio de campo.
Nossa
defesa mostrou-se mais uma vez sólida e focada, sem apagões
generalizados (nosso talibã está quase conseguindo a façanha de
evoluir de “tem que ser banido do clube” para “tem que ser
banco”). Nossos laterais muito bem defensivamente (muito em função
da cobertura precisa), embora ofensivamente apenas Rodinei esteja se
apresentando (muito bem, destaque-se) para o jogo (Jorge continua
irritantemente tímido em termos ofensivos, inclusive falhando muito
nos cruzamentos nas poucas vezes em que se apresenta ao ataque).
E
nosso ataque (à exceção de Sheik, que continua jogando muito
abaixo de seu potencial, especialmente por prender demais a bola em
momentos de jogadas rápidas), mais uma vez teve uma ótima atuação.
César Martins fez a sua melhor partida pelo Flamengo (Gilvan de Souza/Flamengo). |
Sim,
por tudo isso que foi dito, foi animador. Pensamos, no entanto, que
convencer exige um ingrediente a mais: constância. E quando paramos
para olhar o que aconteceu com o time numa grande parte do segundo
tempo (em que claramente o Flamengo “desligou-se” do jogo por
muitos minutos, entregando perigosamente a posse de bola ao Flu
aparentemente por considerar que estava com o resultado na mão),
vemos que ainda estamos distantes da constância que poderia fazer
com que o animador se tornasse convincente.
É
claro que muito se viu de bom, mas não podemos nos esquecer de nosso
grande objetivo do ano, que é efetivamente ser protagonista a nível
nacional, e neste sentido, como muito bem observado pelo técnico
Muricy Ramalho na coletiva pós-jogo (aliás, vêm merecendo destaque
as coletivas do professor, sempre muito assertivas e diretas, sem a
“poeira debaixo do tapete” de outros tempos), ainda falta
bastante.
É
óbvio também, e bom que se diga, que a expulsão (injusta) de
Cuellar ajudou muito nesse “desligar” do time. Claramente nossos
jogadores sentiram que a saída do colombiano poderia influenciar o
rendimento da equipe (o que aconteceu). Nesse momento, talvez tenha
faltado uma boa dose de força mental, para manter o foco a despeito
de um acontecimento em campo.
A
conduta que concede a um time o rótulo de “time vencedor” é
forjada, moldada e consolidada com várias etapas de trabalho, estas
que abrangem não apenas o treino e o condicionamento físico, mas
também o preparo psicológico exigido nas situações adversas. E
muito embora essa lacuna psicológica ainda tenha chamado a atenção
no jogo de ontem, ficou muito evidente a grande evolução
técnica/física que o “aqui é trabalho, meu filho” já nos
trouxe.
Impressiona
o grande número de acertos de passes (nosso calo de longa data) e a
já mencionada solidez defensiva do time (inclusive com a marcação
pressão no campo adversário, coordenada, muitas vezes com dobras de
marcação, e buscando sempre ser feita sem faltas).
E
ainda há quem questione o dito popular “Deus ajuda quem trabalha”.
Vai
que tô te vendo, Mengão trabalhador!
SRN
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