O Grêmio versão 2016 me assusta
pela distância das linhas;é um Grêmio sem compactação e sem aproximação. Entre
um setor e outro é fácil ver buracos com e sem a bola. Um time que apresentava
um padrão tático na temporada passada e hoje não ter o mesmo sistema é
preocupante, e para mim esse é hoje o maior desafio do técnico Roger Machado: devolver
a compactação ao Grêmio.
O time joga com 4 zagueiros, 1
volante de contensão, 1 volante de transição, 1 meia centralizado e dois pontas
e uma referência no ataque - mesmo esquema do ano passado, no qual Maicon
aproximava tanto do primeiro volante quanto do meia centralizado. Começava tudo
com ele! Já o volante centralizado fazia a cobertura dos laterais junto com os
pontas e o atacante revezava com o meia na posição de homem mais adiantado, com
todos aproximando e rodando bola. Tanto que muitas vezes os dois laterais
apoiavam ao mesmo tempo. Tinha segurança, funcionava. Hoje o mesmo esquema não
funciona: o segundo homem não aproxima do meia e tão pouco do volante, ele fica
praticamente em linha com o primeiro homem e dali não sai, tanto com ou sem a
bola. Já os laterais estão sem cobertura
e aí acabam deixando muitos espaços para o adversário, e o meia centralizado sem aproximação do
segundo homem, também não encosta no falso 9 e deixa tudo pragmático. Hoje é
assim que funciona o Grêmio e sua falta de organização tática.
Roger é inteligente e precisa
alinhar - precisa ou mudar o esquema e abrir mão de algumas convicções, ou
refazer o mesmo esquema com a pegada tática igual ao ano passado, marcando sem
a bola, em bloco, e atacando em blocos com trocas de passe, profundidade e
infiltração. Na minha formação ideal, a equipe do meio para frente funcionária
assim : Walace como protetor do sistema defensivo fazendo a cobertura dos
laterais quando necessário e encostando com a bola no Maicon para começar a
jogada. Já o Maicon ficaria encarregado de proteger um pouco a marcação, quase
nada na verdade, e de se aproximar ao articulador que seria o equatoriano
Miller Bolaños. Miller que teria a função de preencher espaços sem a bola e
organizar o time com a mesma, explorando os dois pontas, Giuliano e Éverton,
com Luan no comando. Acredito que com
esse esquema e uma proteção maior aos laterais, o Grêmio tem qualidade de
evoluir e construir algo melhor para o decorrer da temporada.
Saudações tricolores André Soledar !
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