A torcida enlouqueceu no maracanãzinho. Gritavam, bradavam e
enfim puderam ver em quadra, uma nova geração de ouro no vôlei masculino. O
grito de “o campeão voltou” não foi atoa, não foi em vão e já estava entalado
na garganta dos brasileiros, amantes do voleibol, desde aquela final em 2008
contra os Estados Unidos.
Há quem duvidava dessa geração, visto que a equipe, mesmo
vencendo México e Canadá, nas duas primeiras rodadas da fase de grupo das olimpíadas,
havia entregado um set para cada equipe. Duas derrotas amargas contra USA e
Itália logo na sequência e tendo que vencer o brilhante time francês para
assegurar uma vaga nas quartas de final. Havia desconfiança sim de boa parte da
torcida, alguns jogadores não estavam atuando bem e pairava no ar a pergunta:
vamos ficar sem a medalha dourada em casa? A resposta poderia ser sim, visto que
a última partida da primeira fase era contra a frança, equipe que vem crescendo
no esporte e tem um dos melhores atacantes do mundo, Earvin N’Gapeth. Mas a
seleção brasileira fez o dever de casa e venceu por 3 sets a 1, passando assim
para as quartas de finais onde travaria força contra a Argentina.
O Brasil venceu a Argentina, ganhou moral e tinha uma pedra
no sapato na semi-final. Era a hora de enfrentar a Rússia, equipe que tirou o
tri campeonato olímpico das mãos do Brasil em 2012, mas agora era diferente,
estávamos em casa e não ia ser fácil para eles, como realmente não foi. Fácil
foi para nós, vencendo e muito bem por 3x0 a poderosa Rússia atual campeã
olímpica. Vitória maiúscula para dar moral pra equipe, pra encher de esperança
o coração de quem ama o esporte.
Quis o destino que encontrássemos na final um velho
conhecido, um rival de muitos anos, uma equipe que, na primeira fase,
simplesmente atropelou nossa seleção. Equipe que nossa seleção encontrou em
2004, em Atenas, na mesma situação do dia de hoje: uma final olímpica. Será que
a equipe italiana estava com vontade de vingar aquele ouro que conquistamos em
cima deles lá na Grécia? Isso nem importava, o que nós torcedores queríamos era
ver o Brasil jogar tão bem quanto o Brasil daquela final. Mais uma vez, quis o
destino que, doze anos mais tarde, após dois vice-campeonatos, após
desconfianças e dúvidas, que a Itália presenciasse, mais uma vez, do melhor
lugar do ginásio, a supremacia brasileira no voleibol. Com um passeio em
quadra, o Brasil se sagrou tri-campeão olímpico, vencendo a nova geração
italiana de Zaytsev e Gianelli, por 3x0, levando a bandeira brasileira ao topo
e cravando a medalha dourada no peito da equipe comandada por Bernadinho.
Parabéns a todos os jogadores que se superaram, que
enfrentaram a dor de contusões ao longo da competição, que mostraram ao mundo,
no dia de hoje, que a nova geração do voleibol brasileiro, tem sim total
capacidade de se credenciar a disputar todos os títulos e quem podem vencer
também. O campeão voltou!!!
por Joel Júnio
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