Saudações, massa alvinegra, confortáveis no G4? Eu me sinto muito confortável.
Já era sabido que o adversário de hoje nos ofereceria inúmeras dificuldades durante a partida, afinal de contas, tratava-se do nosso ultimo "nêmesis" do campeonato brasileiro, que não derrotávamos há 3 anos, sendo que vinhamos de 3 derrotas no brasileiro nos nossos domínios. Em um jogo de altíssima movimentação, em que você tem um adversário aplicado táticamente e leve, naturalmente você pode perder um pouco da qualidade técnica na partida, pela exigência física e hoje tivemos mais uma constatação que o Galo está efetivamente preparado para brigar pela ponta do campeonato. Vitória importantíssima para as pretensões alvinegras, já que se tratava de um confronto direto pela ponta da tabela.
O jogo começou intenso, como era de se esperar, com as duas equipes intensas e rápidas. O Galo inicialmente começou escalado no seu tradicional 4-2-3-1, alternando ofensivamente no 4-2-4 durante as puxadas de contragolpes, aproveitando a verticalização do jogo, com o retorno de Rocha e a escalação, duvidosa no início, porém, no final se demonstrou positiva do Carlos, que fez uma bela partida, fazendo muito bem a recomposição da linha de meias, no 4-5-1 defensivo e trabalhando bem as jogadas ofensivas pelas pontas. Diferentemente do que se observava nas ultimas partidas, o Galo avançou mais suas linhas e passou a pressionar o furação na sua saída de bola, tentando impor velocidade ao invés do volume de jogo e posse de bola na transição do meio para o ataque, deixando o jogo mais aberto para o adversário, que passou a buscar o contragolpe se aproveitando das lacunas deixadas pela linha defensiva. Foi um jogo de poucas jogadas trabalhadas, faltaram aos dois times um trabalho mais intuitivo pelo meio campo. Para o Galo, a ausência mais sentida foi a de Rafael Carioca, pois ele era responsável por essa transição de meio campo junto com Maicosuel, figura infelizmente apagada em campo (talvez pela forma que a equipe atuou hoje), que não funcionou taticamente, fazendo o Galo ressentir desse volume e da posse, tornando o time um pouco improdutivo do ponto de vista ofensivo.
Até os 20 minutos, tivemos uma leve superioridade alvinegra e na batuta de Carlos, surgiu o lance do penalti que deu origem ao primeiro e único gol da partida: Apos uma bela triangulação feita por Robinho, Donizete e Fábio Santos pelo setor esquerdo, a bola foi cruzada na área, atravessando o flanco direito e chegando aos pés de Carlos, que fez uma belíssima jogada individual, aplicando uma caneta em Thiago Heleno, que ao deixar a disputa da bola, impediu a passagem de Carlos abrindo os braços, cometendo o penalti a favor do Galo, que foi muito bem convertido pelo Robinho. A partir daí, tivemos um absoluto domínio alvinegro até o encerramento do 1º tempo, mas com o Galo ressentindo a falta de volume de jogo e posse pelo meio, com Maicosuel apagado em campo, com dificuldade de se encaixar na partida e com os volantes trabalhando muito pouco a posse, prendendo demais, de forma desnecessária, quebrando um pouco a proposta inicial da equipe, que era a velocidade pelas pontas.
O 2º tempo foi melhor para o Atlético PR, que passou a avançar suas linhas, trabalhando mais nos espaços deixados pelo lado direito da nossa defesa, aproveitando também a retração das linhas do Galo, e aí vai minha critica sobre o jogo de hoje: As alterações que foram feitas e o posicionamento da equipe a partir da segunda etapa NÃO FAVORECERAM o estilo de jogo do Galo, que passou a atuar no 4-4-2, com duas linhas de 4 mais compactas e próximas, explorando contra-ataques. O erro nessa estratégia é o fato de não termos justamente o "enganche", o meia de articulação, a peça necessária nesse tipo de proposta para organizar essa transição para o contra-golpe, então, a equipe acaba recuando e chamando o adversário para o seu campo, perdendo força ofensiva, pois não tem essa peça pra efetuar o passe longo ou infiltrar a bola nas linhas de defesa do adversário. Com isso, o adversário cresceu e foi superior durante todo a segunda etapa, criando riscos, até por conta da displicência defensiva dos nossos jogadores, conduzindo demais a bola próximo da nossa área, obrigando o nosso santo alvinegro a fazer defesas difíceis. O Jogo seguiu tenso até o final, com bons momentos das duas equipes e por fim, mais 3 pontos garantidos na base da inteligência.
Ao assoar do apito do juiz, a massa alvinegra respirou aliviada, que mais uma vez compareceu em grande número nesse incólume e ridículo horário das 11h. Esse é um tópico a se discutir de forma mais aberta, mas não pode mais acontecer o que vem acontecendo com o Galo: É a 6ª partida que o Galo faz num horário que prejudica a qualidade do espetáculo dentro de campo. Apesar de ser um horário bem aceito por muitos torcedores, o "novo horário nobre" do futebol brasileiro não é o ideal para a prática esportiva, haja visto que em uma época do ano em que você tem baixa mensuração da umidade relativa do ar, aliada á altas temperaturas, os atletas são prejudicados e tendem a aumentar o número de lesões. Apesar disso, foi um jogo muito bem jogado e uma importante vitória para seguir sonhando alto no campeonato brasileiro.
Nota positiva de hoje: Mesmo com 3 desfalques, houve uma boa postura da equipe, mostrando que além da imensa qualidade técnica do elenco, podemos contar com variações de esquema tático para nos ajudar a superar momentos complicados como os da partida de hoje.
Nota negativa de hoje: Talvez nenhum... Nada além do esperado.
Vamos para o homem em campo:
CARLOS |
Esse talvez mereça uma coluna especial deste que vos fala, pra mim, é o jogador mais subvalorizado do nosso elenco, na imensa maioria das vezes, sendo escalado para realizar funções que não são a dele, ou até mesmo setoriar a marcação do adversário, extraindo muito pouco da qualidade técnica que ele possui. Quando Carlos faz o que sabe, flutuando na linha ofensiva, fazendo a diagonal da direita para o centro da área, aparecendo muitas vezes como homem de definição, costuma fazer grandes partidas como a de hoje. Foi dele o bonito lance que originou o penalti e é dele o título simbólico de melhor em campo. Vamos ter mais paciência e calma com nosso menino Carlos, pois é um jogador que tem muito a oferecer. Eu mesmo me alterno em críticas e elogios ao seu futebol, mas mostra que pode ser útil quando perdemos peças do calibre de Fred. Parabens, carlinho.
Quem não foi bem:
Houveram pequenos erros, mas não consigo apontar de fato alguem que não foi bem na partida de hoje. Muitos vão apontar a mira para Ronaldo, mas o mesmo não comprometeu. Mas como o zagueirão precisa produzir mais, hoje vou fazer essa ressalva á ele. Que no próximo jogo, esteja mais entrosado e com mais ritmo.
Concluindo:
Em um campeonato difícil, com pelo menos 7 a 8 equipes fortes, candidatas ao título, disputado em 38 intensas e cansativas rodadas, aonde as equipes se dispõem a encarar horários ruins como os da 11h e pelo curto espaço entre os jogos, nem sempre vamos manter um padrão de excelência técnica. Hoje definitivamente não foi o dia de nos encantarmos com o futebol praticado pelo Galo, não vimos em campo aquele futebol irreverente, vistoso, alegre, ofensivo e absolutamente técnico, mas saímos satisfeitos pela vice-liderança momentânea, pela inteligência e aplicação dos nossos heróis, pois o adversário nos ofereceu muitos riscos, valorizando muito a vitória. Uma vitória que renova nosso espirito ferido (ao meu ver, desnecessário o clima de velório pós-derrota da ultima partida) e nos coloca frente á mais um grande desafio, pois quem vem por ai é outra pedra no nosso sapato: O Tricolor Gaúcho, o Grêmio, que vem de derrota e vai enxergar nessa oportunidade um confronto decisivo. É acompanhar a rodada com atenção e já se preparar para o próximo embate, a qual considero um dos mais decisivos do 2º turno do campeonato.
Lembrando que:
Nesta quarta feira, iremos dar a largada á mais um sonho nessa temporada: A Copa do Brasil. Antes do Grêmio, no próximo domingo, as 16:00, temos a Ponte Preta em BH. Nova competição, novo momento, mas sempre a mesma fé, esperança e força para quem sabe, não beliscarmos esse troféu ?
Agora, com a palavra, Marcos Rocha, o cara de carranca, o mito da lateral direita do Galo:
"Confronto direto, a gente empatou lá, mas agora conseguimos os três pontos aqui em casa. Importante a vitória para manter a sequência, a gente tem objetivo de se manter no G-4 até o final do campeonato para buscar o título. Estamos de parabéns pelos três pontos e temos que agradecer a presença de todos"
Fonte: Bruno Cantini/Atlético |
Scouts do jogo:
GALO: Victor; Marcos Rocha, Léo Silva, Ronaldo, Fábio Santos; Leandro Donizete, Lucas Cândido; Maicosuel (Yago), Carlos (Otero), Robinho (Clayton); Lucas Pratto.
Técnico: Marcelo Oliveira
ATLÉTICO PR: Santos; Rafael Galhardo (Juninho), Wanderson, Thiago Heleno, Sidcley; Marcão, Renan Paulino, Matheus Rossetto (Luciano Cabral), Marcos Guilherme (Yago); Lucas Fernandes, André Lima.
Técnico: Paulo Autuori
Gols: Robinho (pênalti) (GALO)
Cartões: Amarelo --> Thiago Heleno, Sidcley (ATLÉTICO PR)
Vermelho --> Nenhum
GALO: Victor; Marcos Rocha, Léo Silva, Ronaldo, Fábio Santos; Leandro Donizete, Lucas Cândido; Maicosuel (Yago), Carlos (Otero), Robinho (Clayton); Lucas Pratto.
Técnico: Marcelo Oliveira
ATLÉTICO PR: Santos; Rafael Galhardo (Juninho), Wanderson, Thiago Heleno, Sidcley; Marcão, Renan Paulino, Matheus Rossetto (Luciano Cabral), Marcos Guilherme (Yago); Lucas Fernandes, André Lima.
Técnico: Paulo Autuori
Gols: Robinho (pênalti) (GALO)
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