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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Pós Jogo - Atlético MG x Sport: Depois da tempestade, veio a bonança



Saudações, massa alvinegra. Tranquilos? Espero que sim.

O que dizer desse campeonato, que a cada rodada, nos aponta um norte e nos trapaceia com um choque de realidade? A cada rodada, o previsível vai dando lugar ao imponderável; A aposta vai dando lugar ás incertezas. Mais um jogo no nosso panteão particular, um confronto considerado chave para as pretensões do Galo, pois havia recém saído de um desastre, segunda, em Edson Passos, na velha Mesquita. O adversário era o Sport Recife, que se afirmando como uma das maiores, senão a maior força do futebol nordestino nos últimos anos. Atualmente, não vem de boa sorte no Campeonato Brasileiro, pois briga pelo descenso. 

Um duelo com duas equipes agudas e com muita intensidade, principalmente pelos flancos do campo. Não vou nem precisar repetir o que venho dizendo aqui faz tempo: Campeonato Brasileiro não guarda espaço para obviedades, o que comanda o ritmo do campeonato é o imprevisível. Para quem esperava o Leão resguardado em duas linhas de quatro, se surpreendeu. O Sport foi superior em grande parte do 1º tempo, ditando o ritmo, avançando suas linhas á intermediária do Galo, buscava dominar o combate pela segunda bola, explorando a velocidade de Rodiney Wallace e Everton Felipe pelos lados. O Galo, por sua vez, alterou peças, algumas pela necessidade, outras, por convicção da comissão técnica, mas buscou manter o seu 4-2-3-1, inclusive buscando manter o que foi feito na rodada passada, com Lucas Pratto centralizando as ações e recompondo essa linha de meias, dando liberdade á Otero, que cumpriu a função de Maicosuel, que infelizmente desfalcará a equipe por um tempo. O Sport se organizou melhor, tinha a segunda bola, trabalhava a posse com mais objetividade e intensidade, enquanto que o Galo até tinha uma boa saída de bola, com os volantes já cumprindo com mais avidez sua função tática: aproximação e condução de bola, fazendo a transição da defesa para o setor ofensivo do time. Era o confronto dos espelhos em campo, mas o Sport ia se alternando defensivamente com duas linhas mais próximas, enquanto atacava com uma linha de 3 homens, trazendo dificuldade ao setor defensivo alvinegro, que teve uma perda considerável ao 12 minutos do 1º tempo: QUEEEEEEEEE FAAAAAAAAAAAASE do Marcos Rocha!! Recidiva do estiramento grau II no posterior da coxa que havia sofrido há quase 2 meses atrás. Que a sorte o acompanhe, mito, o Galo precisa de ti.

O jogo foi mais favorável ao Sport, mais organizado, mais bem desenhado em campo, enquanto o Galo conseguia desafogar seu jogo na batuta de Clayton, que entrou como titular no lugar do inteligentemente poupado Robinho, o melhor jogador do campeonato até agora. Otero, que também era responsável por essa recomposição da linha e flutuação entre a linha ofensiva, formada por Fred e Clayton pelos lados, começou mal em campo, verticalizando demais o jogo, tornando a equipe muito morosa pelo meio e dando liberdade ao Sport. Eis que, aos 39 minutos do 1º tempo, vem a maior tramela da partida: Numa reposição em velocidade do Galo, a bola chega ao setor defensivo do Sport, que erra na antecipação e deixa o goleiro Magrão vendido no lance, que infantilmente corta a bola com as mãos fora da área, levando o vermelho direto. A expulsão foi substancial para o Galo, que passo a trabalhar mais a posse e ditar o ritmo da partida, com Otero aparecendo mais e flutuando na linha ofensiva, como era esperado e consequentemente, com o resto da equipe avançando as linhas e procurando jogar no campo adversário. Apesar de ter mais posse e criar mais oportunidades, o Galo saiu para o 2º tempo devendo mais futebol, mais aproximação, mais fluidez no meio campo. 

Na 2ª etapa, um Sport mais cauteloso, recuando um pouco suas linhas, buscando explorar mais os contra ataques ,enquanto o Galo fez o que se pedia dele: mais fluidez e aproximação, principalmente dos homens de meio campo. Marcelo Oliveira teve uma ótima leitura de jogo, avançando mais Junior Urso para funcionar como um "médio apoiador", com liberdade para avançar, e com isso, prendendo a subida de Gabriel, pra ajudar mais na defesa. Aos 8 minutos, Cazares entra no lugar de Clayton, que vinha tendo uma ótima exibição. Alteração que deu certo, pois o Galo passou a praticamente controlar o jogo, com mais posse de bola e jogando próximo do gol do Sport. Em uma jogada de muita raça e talento do venezuelano Otero, a bola acabou sobrando para Junior Urso, que com muita qualidade, bateu forte e rasteiro, no canto do goleiro Agenor, abrindo o placar: aos 13 minutos da etapa complementar, 1x0 Galo. Quem pensou que, a partir dali, o Galo seria o senhor da partida, se enganou. Pressionado pelo mau resultado, o Sport saiu pro jogo, avançou um pouco suas linhas e o jogo passou a ficar mais franco, com o Galo aproveitando pouco as chances que criou e o Sport chegando com cada vez mais perigo, trabalhando muito bem pelos lados, com boas saídas para contragolpe orquestradas pelo bom Samuel Xavier. Apesar do domínio de posse e de maior volume, o Sport ficava mais próximo do gol de empate. Restou ao Galo se recompor com mais velocidade e diminuir o ritmo da partida, segurando o resultado e se sagrando vencedor da partida.




Nota positiva sobre hoje: Os retornos de Erazo e Cazares foram positivos e sem sustos, o que nos deixa mais confiantes sobre a atuação dos dois como titulares do super clássico de domingo. 


Nota negativa de hoje: Nova lesão de Marcos Rocha, que deve ficar mais um bom tempo de molho no Departamento Médico e o papelão de uma pequena parte da torcida no espaço reservado ao GNV. Parece que os ânimos ficaram exaltados por conta de alguns "inquisidores de uma única derrota" que estavam presentes pra vaiar a equipe. Se deram mal.



Vamos para o melhor em campo:


RÔMULO OTERO - GALO

Fonte: Bruno Cantini / Atlético MG

Um ilustre desconhecido. Foi assim que interpretamos a chegada de Rômulo Otero ao Galo. Jogador famoso pela sua irreverência, pela qualidade no drible e principalmente, na batida de bola. Um exímio cobrador de faltas... que ninguém conhecia! Mas cá estava a diretoria do Galo com seu ótimo olho para o mercado internacional, trazendo o meia para o nosso clube. Não vinha fazendo boas apresentações, até pelo período de adaptação á realidade do futebol brasileiro, que é muito superior ao venezuelano e ao chileno, mas hoje, mais entrosado e deslocado aonde sabe atuar, flutuando na linha ofensiva, trabalhando mais da diagonal pelo meio, criou grandes oportunidades e contribuiu muito para o gol de Junior Urso. Pela atuação e pelo aumento da confiança, foi a melhor figura dessa noite. 



Quem não foi bem:


Dói no coração, até porque não era sua posição característica, mas Lucas Pratto ficou devendo um pouco. Pratto é um monumento jogando futebol, um jogador que seria titular em 99,9% dos times da América do Sul e em muitos da Europa, pois assumindo sua característica, que é atuar mais fixo na linha ofensiva, fazendo as vezes a diagonal para o meio, jogando de frente para o gol, é mortal para os adversários. Mas convenhamos, é injusto criticar o Pratto hoje, quebrando um galho na criação atleticana. Um salvo conduto para o Urso, em que este que vos fala confia de olhos fechados. É o nosso 9, pow!



Concluindo:


Passado o desastre causado pela tempestade (ridiculamente exagerado, mas ora, compreensível), veio a bonança. Todos nós estamos cientes das dificuldades e da periculosidade do caminho que nos cerca até o fim do brasileiro. Não se deve esperar um jogo fácil em um campeonato em que o inesperado é determinante em algumas ocasiões. Hoje o Galo fez seu dever de casa, mas a torcida ficou devendo. O comportamento é muito distante daquilo que se espera e o que se esperava com o time brigando pelo título (O GALO ESTÁ BRIGANDO PELO TÍTULO, que isso fique bem claro, em caixa alta). A energia positiva, a vontade de fazer o Galo ganhar está dando lugar á uma torcida de uma tourada que espera ansiosamente o toureiro ferir de morte ao pobre touro. Até briga foi presenciada na torcida, os "Cornetas na Veia", como são chamados por alguns torcedores deram o ar de sua graça. Como eu sempre digo, o torcedor sempre tem e terá o direito de criticar de forma construtiva, inclusive de vaiar, mas que seja de forma racional e após o jogo. Episódios como esses vão se tornar frequentes se o torcedor não compreender que não tem poder de mudar o dia a dia do Galo, de demitir jogadores ou de ditar o que acontecerá ou não em campo. Faça seu papel torcedor, torça. Vá ao clássico domingo, lote os bares, mostre que o Galo é mais importante do que a vaidade. No mais, o time cumpriu seu objetivo, venceu e segue na briga.

Próxima batalha, nosso rival, o Pirangi de Minas. Virá á nossa frente um tabu, pois não vencemos o Cruzeiro há 6 jogos, será com maioria celeste e com todo o ingrediente de um clássico nervoso, pois as duas equipes tem MUITOS motivos para vencer domingo.



Diga lá, comandante Marcelo:

Nesse jogo, tivemos ocasiões ofensivas, mas situações claras foram a do gol, uma cabeçada do Fred, o Pratto no início, e a outra jogada do Fred. Foi pouco em relação ao volume que a gente teve. Faltou escolher melhor a jogada e um pouco mais de capricho técnico na jogada final. Tínhamos o controle da bola em ocasiões de ataque, pela direita, pela esquerda, mas não conseguimos efetivar situações claras para definir o jogo a não ser a do Fred. Foi uma falha, não fomos competentes nisso.



SCOUTS DO JOGO


Scouts do jogo:

GALO: Victor; Marcos Rocha (Erazo), Léo Silva, Gabriel, Fábio Santos; Rafael Carioca, Junior Urso; Otero (Carlos Eduardo), Clayton (Cazares), Lucas Pratto; Fred.

Técnico: Marcelo Oliveira

SPORT: Magrão; Samuel Xavier, Durval, Matheus Ferraz, Rodney Wallace; Paulo Roberto, Neto Moura; Everton Felipe (Agenor), Gabriel Xavier, Rogério (Apodi); Luiz Ruiz (Apodi).

Técnico: Oswaldo de Oliveira

Gols: Junior Urso (GALO)

Cartões: Amarelo -->  Samuel Xavier (SPORT)
             Vermelho --> Magrão (SPORT)




PÚBLICO E RENDA:

Público: 11.389 pagantes
Renda: R$ 382.580,00


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