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sábado, 16 de março de 2019

Até quando seremos reféns da sorte de um burro?


A temporada 2019 começou quente para o lado alvinegro. Decisão atrás de decisão desde os primeiros jogos do ano. E graças a conhecida teimosia do nosso treinador, o cenário só tende a aumentar a panela de pressão que é a vida do torcedor atleticano. Digo teimosia porque mesmo buscando o melhor aproveitamento do elenco, Levir Culpi, o burro com sorte como ele se intitula, vem cometendo alguns erros que estão trazendo grandes problemas ao time.

Foto: Pedro Vilela/Getty Images.

A ideia de separar dois times para atuar no curto período de tempo que tínhamos desde o começo da temporada talvez tenha sido a opção mais acertada até aqui. Dar rodagem aos reservas, atuando nos jogos do estadual enquanto os titulares ficariam com o pensamento apenas em avançar à fase de grupos da Libertadores, que era o nosso principal objetivo do primeiro semestre.

Objetivo número 1 concluído com sucesso, porém com algumas ressalvas. Deixamos para trás nas fases eliminatórias dois uruguaios. Primeiramente, contra o Danúbio, depois de empate na primeira partida no Uruguai, o jogo da volta no Horto nos mostrou uma tônica do time titular na temporada até aqui. Depois de um primeiro tempo praticamente impecável, o Galo encaminhou muito bem a sua classificação com um futebol envolvente, avassalador e intenso, como a massa alvinegra gosta e abriu 3 a 0. Mas um lance no final do primeiro tempo mudou a atenção de todos e trouxe grandes questionamentos ao treinador. O pênalti cometido pelo lateral Patric, dando uma sobrevida aos uruguaios na partida, serviu de alerta a todo o elenco: sempre manter a atenção, pois jogos de Libertadores podem se complicar em segundos. E complicou. O time não voltou para o segundo tempo e quase perde a classificação. O placar de 3 a 2 acabou ligando a luz amarela para a torcida, mas incrivelmente não aconteceu o mesmo com o time.

Na segunda fase, o adversário foi o Defensor e, com a vitória por 2 a 0 no primeiro jogo, a segunda partida não teve nenhuma intensidade da equipe, controlando o jogo sem correr riscos. Inteligente? Até certo ponto. O Galo mostrou mais uma vez estar desligado no jogo em vários momentos, principalmente no segundo tempo. Essa desatenção, se não corrigida, poderia nos trazer problemas mais à frente. E eles vieram.

Na estreia na fase de grupos, na volta ao Mineirão, a torcida compareceu, fez sua parte, festa linda. O Galo começou bem, atacando, sufocando o Cerro Porteño, teve gol anulado logo cedo, uma bola na trave, Cazares ditando o ritmo, estava tudo encaminhando bem. Até os 20 minutos de jogo. Levir entrou com uma formação diferente. Um misto de 4-3-3 atacando e um 4-4-2 defendendo, com Elias jogando mais avançado quando tínhamos a bola, e fechando os espaços quando estavam nos atacando. Na teoria, em minha opinião, a melhor formação do time. Porém não funcionou. Quando tínhamos que compactar falhamos, isso dava um espaço absurdo entre as linhas e facilitou o jogo para o Cerro. Resultado: ficamos reféns do contra-ataque jogando em casa, contra um time menos qualificado. Mais uma vez no segundo tempo fomos nulos, sem criação, sem inspiração, a não ser do nosso 10, e o castigo veio de um lance no mínimo curioso na falha coletiva da defesa. Derrota por 1 a 0 que deixou a torcida muito revoltada com o treinador.

As alterações de Levir Culpi não foram nada felizes e muito menos coerentes com o que se pedia em campo e o que se via do elenco. Nathan entrando como volante já tem sido uma mexida bastante comum, mas ainda sim inexplicável pelo rendimento. O meia sempre entra perdido e entregando muito menos do que se espera dele. O torcedor já perdeu a paciência.

Uma outra alteração nessa partida me chamou a atenção. Estive presente ao Mineirão nesse jogo, e pude perceber, no momento em que Levir resolveu fazer a mudança. Olhou para os reservas aquecendo, por 20 segundos ou mais, sem reação, como se pensasse o que fazer. O Galo precisava de criação no meio, velocidade e intensidade para reverter o panorama. A opção do técnico em chamar Vinicius para o jogo foi qualquer coisa, menos o que precisávamos. Vinicius vem atuando no Mineiro de forma bastante discreta, com 1 gol e 1 assistência até aqui sem contar a pouca participação efetiva durante as partidas. Paralelamente, David Terans vem sendo talvez o melhor jogador do torneio estadual, atuando sem uma posição muita definida, mas livre para criar pelo meio, impor velocidade dos lados, e abrir caminhos na defesa adversária. Por que usar o time reserva em um torneio de menor importância se não para observar aqueles que não tem espaço no time titular e ver como podem ajudar a equipe principal? Vinicius ainda não demonstrou nada que o credencie a entrar em um jogo de Libertadores tendo que mudar o jogo. Não faz isso contra os times do interior no estadual, vamos esperar em jogo grande algo diferente?

Na segunda rodada, mais uma derrota, agora para o Nacional, fora de casa. A escalação foi a mesma. O problema do espaço entre as linhas resolvido. Mas o de criação ficou muito mais evidente. Apesar de termos construído as melhores chances, novamente, o Galo sofreu muito para ficar com a bola presa no ataque, jogou recuado praticamente os 90 minutos. Ficou refém de um contra-ataque para talvez buscar uma vitória, mas ficaria feliz com o empate. Mas justamente em um lance que buscamos o jogo inteiro, o contra-ataque nosso, levamos o gol. Tínhamos a bola dominada com Jair no meio para sair jogando e apenas 3 opções na frente para agredir o adversário: Patric que roubou a bola e partiu em disparada e Ricardo Oliveira. Jair escolheu a pior opção: driblar. E perdeu a bola, faltou cobertura na direita, ficamos com a defesa aberta e... gol dos uruguaios. Levir automaticamente colocou Chará e Guga, mudanças que poderiam ter sido feitas há muito tempo, ou até sido peças para começar o jogo. De pouco adiantou. Mais uma derrota e uma chuva de críticas ao time. Ataque que pouco agride, meio campo desorganizado, time que não demonstra um padrão de jogo aceitável. Tudo isso tira o sono do torcedor.

Como se já não bastasse, Levir teve que piorar a situação na coletiva. Visivelmente irritado e desconfortável pelo resultado, o técnico não estava com o seu bom humor em dia. Mas a arrogância se fez presente. Perguntado sobre a queda de rendimento da equipe nos jogos após os intervalos, Levir Culpi assumiu que “até que vem percebendo mesmo isso” e completou a resposta com o mais sincero “e daí?”. Então, senhor Levir Culpi, deixa que eu te respondo: E daí que você tem que ter no mínimo respeito a essa instituição que paga seu salário alto para o senhor fingir que faz o seu trabalho. E daí Levir, você deve explicações a essa torcida que nunca deixa de apoiar o time, está sempre presente ao estádio cantando até sair sangue da garganta, gritando o seu nome e de todos aqueles que vestem esse manto alvinegro. E daí, que você tem a grande sorte de treinar um dos maiores clubes desse país tendo no seu currículo dois títulos a nível nacional em 30 anos de carreira. E daí, senhor, é que na verdade você não tem a menor capacidade para treinar um time da grandeza do Clube Atlético Mineiro. O senhor parou no tempo, suas ideias de futebol estão longe de serem efetivas no futebol moderno, e seus resultados e rendimentos de seus times em campo demonstram isso.

Foto: Bruno Cantini/Atlético.

Portanto, Levir Culpi, o que se espera do senhor é respeito por cada um que te apoiou quando foi anunciado, a cada um que se esforçou para trazê-lo de volta depois de mais um trabalho abaixo da crítica do senhor, a cada um que lota o estádio todos os jogos, viaja quilômetros, atravessa o continente para acompanhar esse time que atua de forma medíocre comandado por você hoje. E a melhor maneira de demonstrar esse respeito nesse momento é assumir que está fazendo um trabalho muito ruim, e se realmente não tem condições de consertar os seus erros, entregue seu bonezinho e dê lugar a alguém que realmente entenda o que é ser funcionário desse clube. Não queremos um burro com sorte 3. Não precisamos depender do acaso para conquistar vitórias. Queremos um time em campo que mereça entrar em campo carregando esse símbolo no peito, e não um amontoado de jogadores perdidos sem saber o que fazer. Queremos nosso Atlético de volta.


#AquiÉGalo
#EuAcredito


Rodrigo Ricoy Santiago
Twitter: @dih_ricoy

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