Após debutar pela Sauber na temporada passada (2018), Leclerc, chamou atenção pelos números impressionantes que marcou em um carro que poderia ser considerado de ruim para pior dentre todas as equipes que disputam o Mundial de Fórmula 1.
Na atual temporada ganhou uma chance de ouro e um voto de confiança para pilotar nada menos que uma Ferrari. Quer mais? Ser companheiro de boxes de nada menos que o Tetracampeão Mundial, Sebastian Vettel. Quanta responsabilidade nas costas de um garoto de 21 anos que estava despertando para o mundo da velocidade!
Para o olhar dos críticos a Ferrari estaria queimando a jovem promessa. Seu início tímido na estreia da temporada no GP da Austrália aumentou o murmurinho sobre essa escolha da equipe italiana. Ficaram fora do pódio, tento Vettel (seu piloto #1) na quarta posição e Leclerc ocupando a quinta colocação. Não foi uma grande corrida pra equipe, mas amenizou o fato de Vettel não ter sobrado na prova, pois o reflexo no garoto poderia ter sido algo negativo para um estreante de uma grande equipe.
A seguir, vinha o GP do Bahrein, as Ferrari fizeram o melhor tempo do treino classificatório e para a surpresa de muitos o garoto cravou a Pole Position. Resultado espetacular para deixar os críticos boquiabertos. Na largada, foi o esperado, Vettel tomou a ponta e Bottas, conseguiu ganhar a frente, jogando Leclerc para a terceira posição. Mas, atrás vinha o Pentacampeão Mundial, Lewis Hamilton, se enganou quem achou que o moleque deixaria o experiente piloto lhe passar. Segurou sua posição e foi pra cima, passando Bottas e fazendo uma briga espetacular com seu companheiro Vettel. Para nossa surpresa, a Ferrari não interferiu para favorecer nenhum dos pilotos e com uma frieza imensurável o garoto abriu a asa e foi pra cima, recuperando a ponta. E ai... Ele sobrou na corrida, parecia que corria em casa.
Chegou a abrir mais de 9s do segundo colocado, Hamilton, e desfilava pelo circuito com sua Ferrari, como num sonhos desses de infância. O pesadelo veio a 9 voltas do final e o monegasco começou a viver o pior pesadelo. Para os amantes da Fórmula 1, garanto que foi algo brochante. Uma prova que trazia o gostinho dos velhos tempos emocionantes e surpreendes da F1, se transformando num drama ao ver o carro de Leclerc com uma falha mecânica perdendo potência e com isso diminuindo cada vez mais a vantagem que administrava bem. Seria sua segunda corrida por uma equipe Gigante e logo de cara uma vitória espetacular, voando baixo no meio dos gigantes pilotos da atualidade. Imagino o quanto foi angustiante vendo as Mercedes no retrovisor alcançando e tomando posições.
Se pudesse eu faria 1 minuto de silêncio para essa "tragédia" que ocorreu no Bahrein. Verstappen vinha cheirando o rastro da Ferrari com sua RBR, pronto pra por seu carro mais uma vez no pódio nessa temporada. Quando um milagre aconteceu! Sim, Deus é Pai, não padrasto. Afim de evitar um final ainda mais dramático para a Ferrari e Leclerc, após o abandono das duas Renaults há 2 voltas para o fim da corrida, eis que o safety car entra em cena e segura a fila de carros até o fim da prova, saindo apenas para a bandeirada, assegurando o terceiro lugar para o brilhantismo de Leclerc atrapalhado por falhas no sistema de recuperação de energia da sua Ferrari.
A corrida caiu de mão beijada e paraquedas para Hamilton, que se emocionou após cravar seu primeiro lugar. Após a bandeirada, com um grande gesto de humanidade, Lewis reconheceu a espetacular corrida da jovem promessa e o esperou para lhe abraçar. Sem dúvidas, apesar dos pesares, vivenciamos um grande dia para o automobilismo mundial.
É isso que esperamos dessa nova geração e desse show de humanidade e humildade também difundido nas pistas em alta velocidade.
Nos vemos na próxima!
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| GP do Bahrein - Podium |
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