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domingo, 31 de março de 2019

Galo x Arbitragem: uma briga que nem o VAR é capaz de amenizar

A noite desse sábado foi marcante na história do nosso alvinegro. Na semana que o Clube Atlético Mineiro completou 111 anos, a disputa da semifinal do campeonato estadual foi a estreia do árbitro de vídeo em jogos do Galo. A nova tecnologia que já vem causando discussões principalmente após a Copa do Mundo da Rússia chegou para ficar no Brasil. Usada nas fases mais agudas da Copa do Brasil em 2018, nesta temporada o auxílio do VAR para os mineiros começou a ser praticado a partir desta semifinal do torneio. E já chegou com confusão.

Como os árbitros mineiros ainda passam pela capacitação com a nova tecnologia, coube ao paranaense Rafael Traci conduzir a partida inaugural do VAR em Minas. A escolha de Héber Roberto Lopes, como o árbitro principal do VAR, já causou um alvoroço durante a semana na torcida alvinegra. O experiente árbitro tem um histórico de marcações no mínimo discutíveis contra o Galo em sua carreira. Mas a confiança de que agora seria diferente estava reinando.

Equipe do VAR para o jogo Boa x Atlético. Foto: Divulgação/Premiere.
O problema que aqui é Galo. Aqui tudo é mais complicado. Aos 24 minutos do primeiro tempo, a primeira atuação do VAR. Ricardo Oliveira recebeu passe pela esquerda, bateu cruzado para boa defesa do goleiro do Boa, e no rebote, Maicon Bolt, que havia sido novidade na escalação titular, completou para o gol vazio. O Galo abria o placar e aumentava sua vantagem para chegar a grande final do regional. Porém, pelo vídeo, Héber Roberto Lopes verificou impedimento de Ricardo Oliveira no início da jogada e Rafael Traci voltou sua decisão de campo. Gol anulado. Pelo replay muita dúvida, impedimento daqueles que nem o computador define realmente se foi ou não. Mas a decisão foi tomada.

Impedimento de Ricardo Oliveira marcado pelo VAR.
Foto: Divulgação/FMF.
Pouco tempo depois, mais uma vez o VAR atuando em lance de ataque alvinegro. Outra boa trama do ataque do Galo pela esquerda, Bolt recebeu em velocidade e cruzou para área, Luan debaixo da trave marca mas ao fim do lance, o bandeira número 1 assinala impedimento. Novamente consultado o VAR. Novamente gol anulado. Infração desta de vez de Bolt, mas outra vez milimétrico para decisão da arbitragem.

Segundo gol anulado, desta vez impedimento de Maicon Bolt.
Foto: Divulgação/FMF.
Como se já não bastasse a noite do atleticano ainda teve mais uma interferência do careca mais famoso da arbitragem brasileira. Em dívida próximo a grande área, onde o árbitro de campo viu como lance normal, Héber após alguns instantes chama Rafael Traci para uma análise do lance no vídeo. Após dois minutos de espera, vem o veredito: cartão vermelho direto para Zé Welison em mais uma atitude infantil do volante ao deixar a sola de maneira perigosa em disputa com o adversário.

Zé Welison mais uma vez foi expulso: são 2 cartões vermelhos nos últimos 8 jogos.
Foto: Bruno Cantini/Atlético.
Com um homem a menos, e a torcida se inflamando se esperava um sufoco para manter pelo menos o empate. Porém o Galo até se acertou em campo e mesmo em desvantagem numérica foi até mais incisivo que o adversário. Mas a vitória não veio. Empate em 0x0 em um jogo tecnicamente muito fraco. Mais uma vez a equipe alvinegra deixou a desejar em campo, atuação fraca em termos de criação, vários espaços deixados nas laterais, onde a cobertura dos volantes continua sendo muito ineficaz, e muitos problemas de transição da defesa ao ataque.

Na saída de campo o tom dos jogadores foi de revolta com a arbitragem. Luan, quase como um porta-voz da torcida, soltou uma frase muito repetida nas redes sociais durante toda a noite deste sábado: na dúvida, a marcação sempre será contra o Galo. A torcida se revoltou muito. Para alguns, o VAR veio apenas para oficializar a escolha de decisões desfavoráveis que sempre aconteceram contra o nosso Galo. Realmente, historicamente, temos um crédito imenso a ser cobrado por vários lances controversos em momentos importantes da história alvinegra. O vice-presidente Lázaro Candido também ficou bastante revoltado e soltou o verbo contra o uso do VAR.

Luan bem que tentou, mas não conseguiu fazer com que o Galo saísse com a vitória.
Menino maluquinho ficou revoltado com atuação do VAR.
Foto: Bruno Cantini/Atlético.
As decisões dessa primeira partida geram discussão sim. Porém são lances muito difíceis, e a meu ver, a arbitragem acertou nos três lances. Impedimentos no limite e uma atitude inexplicável do volante alvinegro. Zé Welison precisa dar explicações e merece ser punido por isso. São 2 expulsões nos últimos 8 jogos. Em lances onde não havia a necessidade de tal atitude. Isso pode nos dar problemas mais a frente.

Muitas coisas precisam ser melhoradas para que o VAR funcione com a maior precisão possível. Hoje algumas regras no futebol são bastante interpretativas e isso acaba atrapalhando o benefício que o árbitro de vídeo trará ao esporte. Tem tudo pra dar certo sim. Mas são necessárias mudanças, e que todos tenham paciência também, pois como qualquer novidade, demanda tempo para melhor encaixe das suas atribuições.

Ao Galo, resta consertar os defeitos que já são muito evidentes. Levir terá muito trabalho e pouco tempo para pensar nisso. Quarta temos mais um jogo de vida ou morte pela Libertadores. Qualquer resultado que não seja a vitória está descartado contra o Zamora no Mineirão que deve receber mais uma vez um grande público. A Massa, como sempre, está fazendo sua parte. O time agora precisa responder em campo. O apoio sempre vai existir.

#AquiÉGalo


Por: Rodrigo Ricoy Santiago
Twitter: @dih_ricoy

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