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quinta-feira, 14 de março de 2019

Prévia da temporada 2019 de Fórmula 1

Créditos: Divulgação/F1

Neste Domingo, 17 de março a Fórmula 1 dará largada para sua septuagésima temporada, e mais uma vez em Melbourne, Austrália, e com o inicio da temporada tão perto, trouxemos uma prévia da temporada.


FERRARI: Com mudanças importantes dentro do cockpit e no pitwall, Maranello vem babando para destronar a Mercedes. Maurizio Arrivabene, chefe de equipa da Ferrari desde 2014, foi substituído por Mattia Binotto, que ocupava o cargo de Diretor Técnico da equipe. A decisão visa renovar o comando para que a equipe italiana finalmente quebre o tabu de 11 anos sem título e consiga usar todo seu desempenho na temporada. Nos testes de pré-temporada, foi a mais rápida e só não completou mais voltas que a Mercedes. Entre os pilotos, Sebastian Vettel terá um companheiro de equipe jovem, rápido e com um legado a provar. Charles Leclerc é o primeiro piloto da academia da Ferrari a ser titular na Fórmula 1. O monegasco de 22 anos vem de títulos seguidos da GP3 e da Fórmula 2, sem contar o desempenho excepcional pela Alfa Romeo Sauber em 2018, estreando na categoria máxima do automobilismo. Leclerc é determinado e espera-se que ele se consolide como um dos grandes do esporte nos próximos anos. Por isso, Vettel deverá ter muito mais trabalho com dois grandes pilotos na sua cola.

MERCEDES: Os atuais campeões começam a temporada pressionados para continuar no topo, e ameaçados por uma Ferrari que se mostrou muito veloz nos testes. A carta na manga da equipe de Brackley pode ser os diferentes pacotes aerodinâmicos testados em Barcelona e a confiabilidade do conjunto de unidade de potência, chassis e seus pilotos. Em relação aos pilotos, a expectativa é que Lewis Hamilton continue a luta com Sebastian Vettel, da Ferrari, pelo Campeonato. A maior incógnita é  o finlandês Valtteri Bottas, que desde a sua escolha para assumir a vaga na flecha de prata, é visto com certa desconfiança já que não apresentou os bons desempenhos conquistados com a Williams em 2014 e 2015. O piloto reserva, é Esteban Ocon, piloto da casa e que já mostrou ser muito rápido nas duas últimas temporadas pilotando pela finada Force India. As declarações tanto de Toto Wolff, chefe de equipe, e Lewis Hamilton, dão a entender que apoiarão o finlandês, mas a F1 não costuma ter compaixão com quem não rende o esperado.


RENAULT: Equipe que mais evoluiu nas últimas temporadas, a Renault deve ter um ano importantíssimo para se consolidar como uma postulante ao título. Desde 2016, ela acumula um 9º lugar reestreando na F1, seguido por um 6º e em 2018, conseguiu o 4º lugar, se consolidando como a “melhor do resto” do grid. Mas em 2019, a evolução deve seguir já que os franceses devem receber um investimento ainda maior para bater de frente com Mercedes, Ferrari e RedBull. Os pilotos estão prontos para isso. Nico Hulkenberg finalmente deve receber um carro que equipare seu talento e finalmente poderá quebrar o recorde de piloto com maior número de GPs sem um pódio. “Renegado” pela RedBull, Daniel Ricciardo chega à equipe buscando novos ares e chances concretas de brigar pelo campeonato durante toda a temporada. Se você ouvisse a notícia dessa mudança no início do ano passado, diria que é loucura. O mesmo que disseram quando Lewis Hamilton, saiu da McLaren indo para a Mercedes. O resultado, já sabemos qual foi.

RED BULL:  As expectativas sobre a equipe dos famosos energéticos estão relacionadas à Honda, que assumiu o papel de fornecedora de motores após uma parceria de 12 anos entre a Red Bull e a Renault. Ninguém duvida da capacidade da equipe de Adrian Newey para projetar bons carros, o que os touros precisam são de uma unidade de força confiável e rápida. Os pilotos, claro, serão peças chave. Max Verstappen, aos 21 anos e em sua 5ª temporada tem a missão de liderar a equipe que lutará para se manter perto de Ferrari e Mercedes. Max também terá de lidar com a desconfiança em relação ao seu temperamento e maturidade, porque a velocidade e técnica, o holandês mostra desde os 17 anos. Seu companheiro, Pierre Gasly, chamou atenção com o vice campeonato da Super Formula japonesa em 2017, e ao levar a Toro Rosso, com motor Honda ao 4º lugar no GP do Bahrein de 2018. Mas após duas batidas nos testes de pré-temporada, Helmut Marko, consultor da Red Bull, já ligou seu alerta em relação ao francês: “Gasly ainda não está no nível de Verstappen.”

HAASO surpreendente 5º lugar da equipe americana no ano passado tira o status de azarão que ela sempre levou. A Haas teve um ano de desempenho sólido, com um carro rápido e confiável. O resultado só não foi melhor pela inexperiência da equipe e por erros primários de seus pilotos. Romain Grosjean nunca foi um piloto brilhante, mas depois uma primeira metade de horrorosa - com direito à batida durante Safety Car - parecia que ele perderia seu lugar na equipe. No entanto, se recuperou e conseguiu um belo quarto lugar no GP da Áustria. Nesse ano, deverá mostrar mais velocidade e consistência para ficar. Kevin Magnussen é mais conhecido por atitudes anti-desportivas do que voltas rápidas. A sensação que fica, é que a Haas merecia pilotos melhores. Em 2019, ela deverá no mínimo manter-se forte na frente do resto. Como esperança para as temporadas seguintes, Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão Emerson, é piloto de testes. Em alguns anos, ele poderá dar novos ares e melhores resultados para a equipe mais nova do grid da F1.


TORO ROSSOA equipe B da Red Bull será interessante esse ano, na última temporada funcionou como laboratório de testes para a Red Bull em relação aos motores Honda, resta uma certa expectativa de como a Honda vai fazer pra entregar 4 unidades de potência, já que desde seu retorno à categoria em 2015, apenas forneciam para uma equipe. Tirando o motor da equação, será interessante se a equipe italiana conseguisse embolar ainda mais a disputa no pelotão intermediário, e para isso a experiência de Daniil Kvyat, retornando a F1 após um ano como piloto de testes da Ferrari, será fundamental, e espera-se que o russo tenha colocado a cabeça de volta no lugar, porque parece que até o fim de 2017, Kvyat não tinha se recuperado dos acontecimentos de 2016 (ser chamado de torpedo, após duas batidas em Vettel, e o rebaixamento da Red Bull para Toro Rosso, e ver o promovido Max Verstappen ganhar na sua primeira corrida na equipe “mãe”). O companheiro de Kvyat será o Anglo-Tailandês Alexander Albon, de 22 anos que fará sua estréia na categoria nessa temporada, vindo de um terceiro lugar na última temporada da F2 onde conquistou 4 vitórias e 4 pódios.

ALFA ROMEO:  Ainda com o nome de Sauber, a equipe foi a surpresa de 2018 graças a Charles Leclerc e a parceria técnica com a Ferrari. O destaque para essa temporada é a chegada de Kimi Raikkonen, que agora assume o papel de primeiro piloto, e poderá mostrar que ainda tem muito interesse pela F1. Dividindo a garagem com o homem de gelo, estará Antonio Giovinazzi, o italiano retornará à um F1 após duas corridas com a Sauber em 2017 substituindo o alemão Pascal Wehrlein, seu melhor desempenho na carreira é um vice campeonato da GP2 (Atual Formula 2) em 2016.

MCLAREN: Uma das equipes mais tradicionais do grid, em busca do retorno aos dias dourados, isso é o que a McLaren se tornou nos últimos anos. Caminhando para o segundo ano de parceria com a Renault, se espera dos britânicos um bom desempenho no pelotão intermediário, e embora tenha a dupla com a menor média de idade da temporada, a equipe de Woking confia na experiência e conhecimento dos motores Renault de Carlos Sainz Jr, que pilotou para a Renault na última temporada, e também se espera muito de Lando Norris, cria do programa de desenvolvimento da McLaren e que vem de um vice-campeonato na F2 com a Carlin em 2018 e será o Britânico mais jovem a correr na F1. As comparações com Lewis Hamilton, são inevitáveis, um jovem britânico estreando pela McLaren, e com um companheiro de equipe espanhol, mas as coincidências param por aí. É preciso dar tempo para a jovem dupla da McLaren, e esperar um bom carro. Vale a pena lembrar que o piloto de testes dos ingleses para essa temporada é o brasileiro Sérgio Sette Câmara, não que signifique que ele vai conseguir uma vaga na McLaren, mas pode ser uma boa chance para mostrar seu valor nos testes.

RACING POINT: Sem Ocon, com Stroll e nova direção, será um ano difícil para a Racing Point. Stroll ainda não conseguiu mostrar desempenho que apague seu status de “piloto pagante” e os testes de pré-temporada foram bem desanimadores. Foram apenas 566 voltas e um carro e média 1,5 segundos mais lento que os ponteiros. Só não foi pior que a Williams. Sem Ocon, com Stroll e nova direção, será um ano difícil para a Racing Point. Stroll ainda não conseguiu mostrar desempenho que apague seu status de “piloto pagante” e os testes de pré-temporada foram bem desanimadores. Foram apenas 566 voltas e um carro e média 1,5 segundos mais lento que os ponteiros. Só não foi pior que a Williams.

WILLIAMS: Se 2018 foi ruim, 2019 deve ser pior. Dois dias de atraso na construção do novo modelo, que é quase 2 segundos mais lento que Ferrari e completou menos que a metade das voltas que a Mercedes conseguiu. É difícil pensar em algo que não seja um último lugar para a Williams. Nem a boa dupla de pilotos que ela traz parece esse ano mostra algum ânimo. Robert Kubica volta a ser titular na F1 pela primeira vez desde 2010. George Russell é o atual campeão da Fórmula 2 e protegido da academia de pilotos da Mercedes. Mas fica difícil imaginar como eles poderão mostrar algo para o mundo da F1. Para o experiente polonês é a oportunidade de mostrar que pode ser competitivo mesmo debilitado e se manter no circo, visando um lugar em uma equipe melhor no ano que vem. Para o jovem britânico, deve servir como simples rito de passagem e para ganhar rodagem subindo as escadas até assumir um lugar na Mercedes.

Texto: Iago Garcia e Maurício Campelo


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