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quinta-feira, 21 de março de 2019

Resumão da primeira fase do Campeonato Mineiro


Acabou a fase de classificação do estadual. Agora a temporada começa a ganhar mais charme com as decisões do torneio regional chegando. Foram quase 2 meses de disputa que coroaram na noite desta quarta-feira, 20, os 8 classificados à fase de quartas de final. São eles: Atlético, Cruzeiro, América, Boa Esporte, Tombense, Caldense, Patrocinense e Tupynambás.

Taça que será entregue ao campeão mineiro em 2019.
Foto: FMF/Divulgação.

O Galo começou a temporada claramente priorizando a classificação à fase de grupos da Copa Libertadores. Com isso, em um planejamento já pedido por grande parte da torcida há algum tempo, utilizou em grande maioria dos jogos da primeira fase do estadual o time alternativo, reserva, mistão. A ideia foi comprada pela torcida que apoiou desde o início a molecada, fazendo sua parte da arquibancada, dando tranquilidade àqueles que ainda buscam espaço no elenco alvinegro. E o resultado veio em campo.

Líder da primeira fase, melhor ataque, segunda melhor defesa, sequência final de 8 vitórias seguidas e apenas uma derrota, numa partida onde utilizou os jogadores de menor espaço do elenco, um time C com um pouco de D. Tratou o estadual como se deve, torneio importante, porém interessante para um laboratório, fazer testes de peças na equipe, variações de jogo, rodagem de elenco e oportunidade para jovens promessas mostrarem seu potencial. E tivemos boas surpresas.

A começar no gol. O goleiro Cleiton, de 21 anos, demonstrou bastante maturidade e nos deu um pouco de esperança de que, se lapidado corretamente, tem totais condições de ser o sucessor do nosso São Victor na meta alvinegra. Com 1,90 m de altura e bastante envergadura, Cleiton demonstrou confiança e liderança por diversos momentos do campeonato. Boa saída do gol para fechar os ângulos do adversário, reflexos em dia e reposição de bola bastante interessante. Claro que ainda tem muito a evoluir e apresentou alguns erros básicos, como saídas em bolas alçadas na área alvinegra. Nada que treinamento diário colabore para que possa ter sequência no nosso gol.

Foto: Bruno Cantini/Atlético.

Na linha defensiva, Guga fez boas apresentações, e com aclamação da massa conseguiu seu espaço no time considerado titular. Com ótimo apoio, bom passe e habilidade, rapidamente conquistou a torcida e desbancou o antigo titular Patric. Uma jovem promessa da base também teve chance: Renan Guedes atuou em duas partidas, porém não teve muito destaque, mas ainda é pouco para avaliar quem acabou de subir ao profissional. A dupla de zaga foi a mesma que terminou o ano de 2018 no time titular. Nosso eterno capitão Léo Silva, em seu torneio de despedida, mostrou que vai deixar muitas saudades na torcida alvinegra. Maidana ensaia alguns bons passos de evolução, mas ainda está atrás da dupla titular Réver e Rabello. Martin Rea enfim teve oportunidade de mostrar a que veio, e me agradou. Mostrou segurança, zagueiro sério. Não será titular, mas com a aposentadoria de Léo Silva, pode nos ser útil durante a temporada. O problema crucial nosso continua sendo o reserva da lateral esquerda. Carlos César começou o ano improvisado por ali, fez jogos regulares, mas ainda não transmite total confiança. O garoto Hulk, terminou a fase inicial do campeonato sendo mais utilizado, e apesar de algumas boas atuações, precisa evoluir muito para se sagrar o reserva imediato do nosso carequinha Fábio Santos.

No meio campo, gratas observações a meu ver. Volante sensação da base, Neto, de apenas 16 anos, fez sua estreia no profissional e demonstrou bastante personalidade, potencial muito elevado para um garoto ainda tão novo. Se for bem utilizado, nos trará ótimos retornos técnicos e financeiros no futuro. Lucas Cândido, que por muito tempo sofreu com graves lesões seguidas, parece ter se encontrado fisicamente. Para ser uma quarta, quinta opção na volância, não está mal: mostrou segurança, boa visão de jogo e desarmes precisos. Pode ajudar. Jair, a exemplo de Guga, também conseguiu se destacar e ganhar mais oportunidades no time principal. Como a disputa é grande nesse setor, há sempre um rodízio no time titular, mas Jair vez ou outra ganha uma chance pelo mostrado no estadual. Outras peças dos times de baixo do Galo, como Daniel Penha, Helio Jr, Marquinhos também deram o ar da graça, sem muito destaque. Vale a pena pensar em algum empréstimo para conseguirem ganhar casca e nos ajudar, quem sabe, futuramente. Um meia em especial me chamou a atenção: Bruno Roberto, filho do grande lateral Bruno, mostrou grande qualidade técnica com a bola nos pés, mas precisa ser cobrado taticamente. Habilidoso, às vezes Bruninho se empolga em fazer uma grande jogada individual para talvez chamar a atenção do treinador ou da torcida e acaba não enxergando uma melhor opção de jogada para a equipe, um passe lateral, uma tabela, uma bola enfiada. Qualidade tem, o que falta é saber usar com inteligência essa técnica e ajudar a equipe. Melhorando isso, tem tudo para ser um grande meia.

Bruninho mostrou qualidade mas precisa ser mais objetivo.
Foto: Bruno Cantini/Atlético.

No ataque tivemos talvez as melhores notícias. Leandrinho, depois de um ano bem abaixo do esperado, mostrou que quando solicitado tem, sim, condições ser útil ao time. A briga ali na frente é bastante intensa, mas em momentos em que o calendário apertar, jogos do Brasileiro junto com decisões na Libertadores e Copa do Brasil, precisaremos de elenco e ele demonstrou uma boa opção de lado de campo.

Alessandro Vinicius. Outra promessa da base, visto por muitos que acompanham como um próximo grande nome revelado pela nossa equipe. Começou meio nervoso seus passos no profissional, mas com a confiança depositada pela comissão técnica e o apoio da torcida foi se soltando e aos poucos ganhando destaque nos jogos. Com bastante personalidade, Vinicius não teve medo de encarar os zagueiros e mostrou habilidade, velocidade e boa visão de jogo para também escrever seu nome para uma possível necessidade da temporada.

Foto: Bruno Cantini/Atlético.

E, por fim, temos a redenção do garoto Alerrandro. Depois de um primeiro ano no profissional conturbado, o jovem centroavante mostrou uma nova cara em 2019 e tudo pode se explicar por um nome: Emanuelly. O camisa 44 teve diversas oportunidades em 2018, não conseguiu balançar as redes e sofreu com a já característica cobrança da torcida com a molecada da base.

Foto: Marcelo Alvarenga/AGIF.

Foi afastado do time principal depois de problemas na sua renovação de contrato, voltou ao sub-20, teve problemas com a comissão técnica, foi mal na sua participação da Copa RS em dezembro e também na Copa SP de futebol júnior em janeiro. Mas tudo mudou dia 2 de fevereiro. O jogo era no Independência contra o Guarani, Alerrandro terminava o aquecimento antes do jogo quando sua esposa envia a foto de sua filha que acabava de nascer. Ali a sorte do garoto mudou. Ele abriu o placar em lance típico de camisa 9, aproveitando ótimo cruzamento da direita, uma cabeçada firme. Foi seu primeiro gol no profissional. Desde então, o camisa 44 tomou gosto pela coisa e desandou a marcar no estadual. Terminou a fase de classificação como artilheiro isolado do torneio, com 8 gols, deixando para trás nomes consagrados com Fred e seu companheiro de equipe Ricardo Oliveira.

Com a confiança em alta, Alerrandro conquistou um espaço interessante no elenco alvinegro e agora só aproveita seu caso de amor com a torcida atleticana. Hoje se consolida como reserva imediato do Pastor e apesar da chegada de Papagaio, que veio com grandes credenciais pelo que fez na base palmeirense, a nossa cria deu um grande um passo à frente nessa disputa e o jogador emprestado pelo Verdão terá que batalhar bastante para conseguir seu espaço no time.

Alerrandro é o artilheiro do campeonato, com 8 gols.
Foto: Bruno Cantini/Atlético.

Agora é fase eliminatória. Quem perder sai. Conquistamos a vantagem de decidir em casa, mas temos que buscar a vaga na bola. Papo clichê demais, mas não existe bobo no futebol. Uma desatenção pode significar a eliminação do estadual. E começar o ano com um título conquistado pela força do elenco seria fundamental para o ânimo da torcida e dos jogadores para o restante da temporada. As quartas de final já serão nesse domingo, contra o mesmo Tupynambás que enfrentamos na rodada derradeira. Mas, dessa vez, o jogo é no nosso salão de festas. Temos que lotar o Mineirão e empurrar esse time para mais uma semifinal estadual. Com o jogo sendo na véspera do aniversário do Galo, a diretoria prepara uma grande festa em comemoração aos 111 anos de fundação. É uma ótima oportunidade para a família curtir esse momento que, com certeza, será bastante marcante.

#AquiÉGalo
#Galo111Anos


Rodrigo Ricoy Santiago
Twitter: @dih_ricoy

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