Fala,
galera! Pois é, estou de volta! No momento em processo de mudança, “exilado” no
interior de SP, sem pc, tive de ficar sem escrever esse tempo todo – com crise
de abstinência pra voltar a escrever, diga-se de passagem... - ... mas estamos
aí de volta! E com um texto interessante: uma mini entrevista feita com o
Conselheiro Márcio Cadar, pelo twitter, onde algumas questões foram colocadas,
e opinarei a respeito do que o mesmo respondeu.
Importante
ressaltar que este texto não visa defender ou atacar nem a gestão Sette Câmara,
nem o Conselheiro em questão; ao contrário, apenas levantar alguns pontos que,
creio, ainda não foram colocados em pauta enquanto se discute a atual gestão,
em meio à crise que o clube vive, assim como estas mesmas questões, em minha
humilde opinião, não foram comentadas em gestões passadas também, tendo sido
boas ou não. Bora então pro texto?
Grande abraço a todas e todos, e boa leitura!
Há um bom tempo o GALO vive uma crise financeira, onde sua
dívida cresce assustadoramente ao ano. Só de juros, a instituição paga mais de
50 milhões anuais, o que equivale a dívidas inteiras de vários clubes somados
no Brasil. O atual presidente do clube, Sérgio Sette Câmara, foi eleito em 2017
para o triênio 2018/2020, falando que sua maior preocupação era justamente
pagar as dívidas do clube, batendo o tempo inteiro na tecla da austeridade
financeira. Reduziu folha de pagamento, renegociou dívidas – começando a
pagá-las - , quitou outras, enfim... e mesmo assim, quando o balanço de 2018
foi publicado, o que se viu foi um aumento da dívida. Esse não é o ponto de
discussão do nosso texto (a dívida em si), mas sim o que esse balanço gerou
internamente no clube: conselheiros questionando a administração Sette Câmara,
os números do balanço, o líder da oposição (que disputou a eleição contra Sette
Câmara no último pleito) chegando a pedir a sua renúncia... enfim, uma crise
como há muito não se via.
Um dos conselheiros que questionou o presidente foi Márcio
Cadar. Ao analisar os números do balanço, não compreendeu tais números e os
questionou – inclusive pelas redes sociais. Foi através de uma delas (o twitter)
que entrei em contato com o conselheiro, também questionando algumas
colocações, dando sugestões, enfim... fazendo o que creio que todo atleticano
gostaria de fazer. Informei ao conselheiro que escrevia para 2 blogs, após
iniciar efetivamente o contato, e perguntei se gostaria de conceder uma
entrevista. E assim aconteceu, por twitter mesmo. Ao final da mesma, ainda
confirmei com o conselheiro se permitia a publicação, no que o mesmo consentiu.
Agora, transcrevo para vocês o conteúdo, incluindo minhas impressões sobre o
que foi respondido (OBSERVAÇÃO: o que tiver sido postado em maiúsculas, será
mantido. Somente as abreviações serão colocadas em palavras inteiras,já que
aqui não se faz necessário limitar caracteres).
Começou em um post no twitter de Márcio Cadar,no dia 22/04,
onde ele dizia:
“A função de um
conselheiro do #Galo deve ser exercida,sobretudo, por quem deseja o melhor para
o Clube Atlético Mineiro. Isso não quer dizer bajular aqueles que estão na
diretoria e exige coerência de quem foi eleito para fiscalizar os diretores de
forma independente”.
Ao ver este twitter, questionei o conselheiro em um ponto
que sempre considerei sensível dentro do Atlético, com a seguinte pergunta:
“Bom dia! Só uma
pergunta: Realmente, há que se ter transparência dentro do clube para qualquer
um que ocupe um cargo. Só gostaria de saber porque isso não foi feito com
AFONSO PAULINO (que iniciou nossa dívida MONSTRUOSA), com NÉLIO BRANT (dívida
com WRV), entre outros. Questionar SÓ o Sette Câmara não resolve”.
Para os que não estão por dentro do assunto: o
ex-presidente Afonso Paulino fez um empréstimo em sua gestão, ao governador à
época, Newton Cardoso. A dívida do GALO começava aí. Já o ex-presidente Nélio
Brant, em 2000, fez um empréstimo junto à empresa WRV, para manter 2 pilares do
time de 1999: o centroavante Guilherme e o zagueiro Cláudio Caçapa. O
empréstimo foi de 7 milhões de reais. Como garantia, cedeu 60% do passe dos 2
jogadores. Caçapa foi vendido ao Lyon em 2001, por 5,25 milhões de dólares – e
o Atlético NÃO repassou a porcentagem aos credores... e Guilherme nunca foi
vendido. Assim, começava uma enorme briga na justiça. Em 2018, a dívida
acumulada passava de 80 milhões! Por
isso questionei o conselheiro sobre esses – e outros – antigos gestores do
Atlético. Ora, Sette Câmara tem seus erros? Claro. Mas a mim pelo menos me
parece muito estranho se fazer tal estardalhaço em cima de uma gestão de 1 ano
e meio, enquanto o conselho fica de “deixa pra lá” com os gestores anteriores
que deram prejuízo aos cofres da instituição. Que se investigue o atual
presidente, se for o caso. Sem problema, sou a favor! Mas que se faça o mesmo
com os casos anteriores.
Até então, a entrevista em si não tinha começado; peguei o
post do conselheiro, comentei, e ele não me respondeu. Ocorreu que 5 dias
depois, o abordei novamente no twitter, ao ver que postagens de outros
torcedores tinham respostas. Assim, fiz a seguinte colocação:
“Pena que torcedor
que questiona outras questões relevantes ao senhor, não tem resposta. Enviei
uma questão no início da semana e até hoje não tive 1 linha. Assim fica difícil
dar crédito. Ou só quem concorda com tudo sem questionar merece resposta?”
Cadar viu o tweet, e me respondeu, perguntando “Para mim? Onde?”. Ali vi que tinha
chamado sua atenção, e que poderia enfim conseguir uma matéria interessante que
ajudasse a dirimir certas dúvidas que não só eu, mas toda a torcida possuímos.
Foi quando respondi a ele, dizendo que já
tinha retuitado a pergunta, dizendo que aguardava retorno...
aproveitei também para dizer que era um
assunto que “há tempos quero debater com
alguém de dentro do GALO. Inclusive, escrevo para 2 blogs. Caso queira conceder
uma entrevista, seria muito interessante colocar seu ponto de vista para a
torcida”. O conselheiro então respondeu meu tweet com a seguinte postagem:
“Pra que fazer a
(sic) caça às bruxas? Não deixá-los chegar perto do clube novamente para mim já
é castigo suficiente. Olho sempre para frente. Uso o passado para aprender com
os erros e não cometê-los novamente”.
De imediato discordei da postura do conselheiro,
respondendo:
“Caça às bruxas?
Ora, procurar ver o que fizeram de ruim ao clube, quem levou o que, quem
teria de devolver o que, quem de repente
teria de ser excluído do clube – até porque tem influência até hoje, sabemos
disso – não é “caça às bruxas”; é fazer o CORRETO! Para se LIMPAR o clube
MESMO, há que se verificar TUDO”!
(observação: nessa
parte da conversa, outro participante da rede social entrou na discussão, com
alguns poucos tweets; como não temos a autorização do mesmo para postar o que
disse, não será colocado. De qualquer forma, não interferiu nas respostas, pois
estas foram diretamente para mim, que era quem o questionava).
Ainda continuei: “Deixando
clara minha opinião: creio que o Atlético precisa ser PASSADO A LIMPO! E não
tem como se fazer isso, deixando outros ex-gestores “pra lá”, e focando somente
no atual. O que o Atlético vive HOJE, é
um ACÚMULO de gestões desastrosas. Responsabilizar só o atual, pra mim, não
resolve”.
Aqui, nessas duas postagens que faço, teço uma crítica não
só aos conselheiros atuais como a todos que passaram de uma forma geral; a
impressão que o Conselho Deliberativo do Clube Atlético Mineiro nos passa, é
que, se alguém causou um mal ao clube, mesmo enorme, há muito tempo –
especialmente se está há um bom tempo “nas sombras”, afastado da mídia - ,”não
há porque mexer com o caso, já foi”... por mais que o Conselheiro Márcio Cadar
esteja no conselho do Atlético apenas desde 2016, se realmente quer/ pretende
lutar pela moralização do clube de forma geral, porque não buscar informações
de antigos gestores no clube? Acesso, todos os conselheiros tem! Que se faça um
requerimento pedindo as contas passadas! Que se verifique realmente o que cada
um fez, como fez, quais os reais prejuízos deram! Que sejam expulsos se for o
caso! No mínimo que se faça uma auditoria das gestões passadas! Porque só há
preocupação com auditorias de gestões recentes e de quem está no poder no
momento? Dívidas de um clube de futebol não aparecem do dia para a noite, ainda
mais quando ultrapassam 600 milhões! Há mais de 30 ANOS que essa dívida vem
sendo construída... e apenas a gestão atual teria de “dar conta” dela? Entendo
o que o conselheiro quer dizer com “olhar para frente”; em determinadas coisas
no futebol realmente não cabe... não adianta por exemplo voltarmos ao 4-2-4, ou
os times levarão goleadas... mas quando
se trata de saúde financeira dos clubes, tudo tem de ser investigado
SIM! Essa pelo menos é a minha opinião. Inclusive, continuo meu questionamento
dizendo ao conselheiro justamente o seguinte: “Só complementando, usando sua própria frase: não seria interessante
também fazer com que os antigos gestores que tanto mal fizeram ao clube (e
ainda estão lá), não ‘chegassem mais perto do clube’? É a isso que me refiro:
Enquadrar a todos”!
(Há novamente uma participação de outro membro da rede
social, que não temos autorização para publicação, e que o conselheiro responde
dizendo que o que ele diz “É um dos meus
questionamentos. O #Galo hoje gasta mal e de maneira ineficiente. Só olhar o
balanço”. ).
Continuando meu raciocínio na conversa, sugiro uma prática
utilizada em grandes centros do futebol em relação aos dirigentes: “E dando uma sugestão: porque não modernizar
o estatuto, fazendo com que os próximos gestores passem a arcar com seus
próprios bens caso dêem prejuízos ao clube? Vamos imitar a Europa pelo menos
nisso! Seria uma idéia...” .
Márcio Cadar responde sobre a sugestão, mas em relação a
mudar-se o estatuto, não à sugestão específica em si: “Essa idéia de mudança no estatuto tem que olhar com calma também. Tem
que haver um debate mais profundo sobre isso com a participação do conselho,
torcida e diretoria. Todos têm o direito de opinar”.
Aqui, o que observo é que a burocracia realmente tomou
conta do Atlético até nas pessoas melhor intencionadas (digo isso porque não
posso duvidar da boa intenção do conselheiro, como não posso duvidar do mesmo
em relação ao presidente; até prova em contrário, os dois querem o melhor para
o Atlético). Ora, por menos tempo que o conselheiro tenha de Atlético – e lá se
vão 3 anos, e isso é muita coisa - , isso nunca foi pensado? Por nenhum dos
conselheiros? Onde, por favor, está essa enorme preocupação com a liquidez e a
saúde financeira do clube? Se os maiores clubes do mundo podem implantar esse
tipo de política, porque nós não podemos? Se já fomos pioneiros na modificação
do estatuto para adequação ao PROFUT! Porque não sair na frente como EXEMPLO em
mais outra adequação interessantíssima para nós mesmos, e para o futebol
nacional? E me perdoe a crítica, conselheiro; mas participação da torcida COMO?
Uma torcida que não vota, não tem participação alguma no clube! Não escolhe seu
presidente! COMO essa torcida teria força para ajudar a modificar o ESTATUTO do
clube? Seria necessário INTERESSE E BOA VONTADE dos DIRIGENTES! Dá para se fazer! Dá para dificultar a vida de
quem só quer “sugar” o clube! Dá sim para imitarmos as melhores práticas
internacionais que os melhores e mais desenvolvidos clubes utilizam. Mas para
isso, não dá para ficarmos no “desejo” ou no “devaneio”! É preciso QUERER!
PROPOR! E para isso existe o cargo de conselheiro, de presidente do conselho
deliberativo, de presidente do clube! Garanto que o 1º a tomar alguma atitude assim
terá o apoio integral da MASSA!
Finalizando a
entrevista, pergunto ao conselheiro:
“A propósito...
gostaria de saber se tenho sua autorização para publicar nos blogs que escrevo,
na íntegra, suas opiniões a respeito do Atlético. Creio que seria de interesse
da torcida. E fomentaria o debate. Agradeço desde já”.
Cadar me responde – ainda o questionamento anterior (que
como já disse aqui discordo), e depois a última pergunta, e se mostra
extremamente gentil e aberto. Aí marcou muitos pontos, pois essa abertura com a
torcida é extremamente necessária. Precisamos urgentemente de alguém que não
nos deixe no vácuo, que saiba receber críticas, e que entenda o papel de
conselheiro. Pois quem está ali naquelas cadeiras está PARA REPRESENTAR A TORCIDA,
QUE SOMOS NÓS! E não para representar a si mesmo. Neste ponto, Cadar merece
elogios. De nossa parte, quando os merecer, os terá. Assim como quando merecer
críticas, também as faremos. Como com qualquer dirigente, aliás. “Passar pano”
ou fazer a “crítica pela crítica” não faz parte do nosso DNA. Respondeu o
Conselheiro:
“Não quero e não vou
fazer ‘caça às bruxas’, já te disse, olho para frente. Respeito sua opinião,
mas não acho que seja esse o caminho. Quanto a publicar meus comentários, fique
à vontade. Tudo que está aqui no twitter é público. Adoro debater idéias. Estou
às ordens”.
Faço meu último comentário em resposta , dizendo:
“Quero que saiba que
também respeito sua opinião, conselheiro. E fico feliz que esteja à disposição.
Agradeço em nome do @ArqdoGalo e do @AtleticoVQTTV, os blogs para os quais
escrevo. Assim que saírem as publicações, será informado. Contamos poder
procurá-lo outras vezes! Abraço”!
E ele finaliza com uma resposta simples, mas que dá
abertura – novamente – a outros canais, blogs e sites que desejem falar e saber
sobre o GALO. Simplesmente responde: “Sempre
às ordens amigo”!
Deixem suas impressões nos comentários! E aí? O que
acharam? Quais as críticas? Há alguma pergunta que faltou? Qual? Participem
SEMPRE com a gente! Esse espaço É DA MASSA!!!! Grande abraço a todas e todos!!!
#AQUIÉGALO
Por:
Renato Mello
Twitter:
@mellorenato
@AtleticoVQTTV
@ArqdoGalo
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