SALVE, CAMbada de alvinegros!
Tudo bem com vocês? é um prazer enorme trazer minha opinião para o debate bom e saudável de todos os dias, afinal de contas, falar de Galo, é falar de Amor, paixão, uma manifestação religiosa que nem a própria razão conhece, apenas que é Atleticano sabe o quão prazeroso é falar de Galo.
Infelizmente, o assunto que trago para vocês é indigesto, pois ninguém gosta de discutir sobre os erros, ninguém gosta de reconhecer os erros, encarar os erros de frente, expiar os próprios erros. Eu gostaria muito de estar aqui falando sobre objetivos, metas á médio e longo prazo, sobre conquistas, sobre filosofia de futebol aplicada, legados, mas o assunto infelizmente recai sobre as várias redundâncias, representados pelos últimos 4 anos de fracassos, ingerências, irracionalidades, tomadas de decisões erradas, que acabaram por levar o Atlético á uma direção sombria, tortuosa, penosa.
Portanto, resolvi trazer a vocês um breve Raio X, uma análise sobre duas gestões que se mostram, até o momento, catastróficas pro Galo, de Daniel Nepomuceno (2015/2017) e Sérgio Sette Câmara (2018 até agora), utilizando dois alicerces, o financeiro, e o futebolístico.
Os Problemas financeiros
A gestão Daniel Nepomuceno, realizada de janeiro de 2015 até dezembro de 2017, alavancou o Atlético á dividas ESTRATOSFÉRICAS, se aproveitando do estratagema vencedor de 2013/2014, usando o terreno fértil que fora deixado pela gestão Alexandre Kalil para plantar indecisões, falta de convicções, erros CRASSOS de planejamento, de gestão de futebol, gastança desenfreada, negligência em relação ao custo futebol, ao aumento exponencial da dívida bruta do clube, adquirindo, até o início de 2018, a 20ª dívida bruta do futebol mundial, segundo levantamento da Pluri Consultoria, com aumento de 32% em relação ao fim de 2013. A diferença gerada pela relação divida líquida/receitas é próxima á 1,7%, evidenciando o resultado de políticas de gastos desenfreados, tudo isso, com orçamentos consideradores recordes na época, ultrapassando a barreira dos 327mi de reais.
📷 Pluri Consultoria
Em campo, o Atlético chegou a ter, em 2017, uma das 3 folhas salariais mais caras do futebol sul americano, com média de R$ 269.230,76 gastos para cada jogador, sendo que + de 60% da folha salarial estava acima do teto considerado pelo clube na época ( R$ 300.000,00), e 2 jogadores em específico, Fred e Robinho, recebiam cada um, contando vencimentos + premiações previstas em cláusulas contratuais, + direitos de imagem, cerca de 1 milhão, sendo Fred um dos 5 jogadores mais bem pagos do Brasil na época, com 1,2 mi depositados todo santo mês.
Juntando os gastos compulsivos com a gestão indecente dos caixas do clube, o Atlético se viu obrigado a "empurrar com a barriga" vários encargos financeiros, foi acumulando dívidas protestadas na FIFA (saudou apenas 2 nesse período, acumulando 6 processos em curso), o Atlético chegou á atual gestão, do Presidente Sérgio Sette Câmara em condições precárias, pois com os insucessos do futebol, o clube não conseguiu manter uma margem de lucro que sustentasse essa política de "vale-tudo", predatória, praticada pela gestão anterior.
A promessa do Sérgio Sette Câmara, assim que assumiu o clube, era de trazer o mesmo á modernidade, á uma era de gestão financeira eficiente, ancorada principalmente pelo projeto da Arena MRV, iniciada na gestão Alexandre Kalil, e estruturada na gestão Daniel Nepomuceno. Sérgio Sette Câmara obteve méritos em relação á dívidas contraídas com instituições financeiras e investidores externos, além de conseguir equacionar alguns encargos financeiros com clubes do Brasil e da América do Sul que há muito tempo afundava os pés do clube, como a divida com a WRV Empreendimentos e Participações, contraída no FINAL DOS ANOS 90, e a dívida gerada pela transferência do goleiro Victor para o Galo, feita em janeiro de 2012.
Entretanto, ao contrário do que é constantemente pregado pelo atual presidente do Galo, de acordo com o balanço patrimonial feito realizado em meados de abril de 2019, o Atlético gerou um DÉFICIT de 28 milhões, contraindo 108 milhões de reais de dívidas com instituições financeiras e clubes de futebol, e de acordo com a análise contábil feita pelo Galo, o débito com outros clubes ampliou de R$ 74mi em 2017 para R$ 91mi no ano seguinte. Destes, R$ 86mi deverão ser saudados á curto prazo. o Banco BMG, que tem como Presidente do Conselho de Administração, Ricardo Guimarães, ex presidente e conselheiro do Atlético, que também possui dividendos astronômicos com o Galo, é atualmente o maior credor entre os "parceiros" do clube, com 60,7mi de reais, divida essa adquirida EM APENAS UM ANO.
📷 Twitter Rodrigo Capelo
Lembrando que, no dia 29/04/2019, o conselho deliberativo do Atlético aprovou essas absurdas contas, com maioria esmagadora do pleito com parecer positivo em relação ao balanço.
Toda essa situação ocorrida de 2015 á 2019 explica muito bem o CAOS financeiro do Atlético.
Os Problemas do Futebol
Se você, amigo alvinegro, pensa que a ruína atual do clube se explica pela situação financeira deplorável do clube atualmente, se enganou. Esses problemas financeiros acabaram refletindo nos elencos formados pelo Galo de 2015 a 2018.
O Atlético fez, desde 2015 até os dias atuais, cerca de 63 contratações de jogadores, com gastos totais de 144,3 mi de reais em 3 anos e meio. Foram, em média 15 contratações realizados por temporada, sendo que tivemos uma manutenção de cerca de 70% dos elencos, de um ano pra outro.
Além desse fato, o Atlético também foi uma máquina de moer treinadores. O Galo teve, em 3 anos e meio, 9 treinadores, sendo que Levir Culpi foi o técnico com maior longevidade (1 ano e 8 meses, juntando as 2 passagens do treinador), a considerar que, em 2017 e 2018, demitimos 3 treinadores por temporada, com média de 6 meses de trabalho para cada um.
Vocês vão concordar comigo que é IMPOSSÍVEL um clube que deseja vencer, lograr títulos, manter uma hegemonia no futebol, contratar tantos jogadores e tantos técnicos, sem SEQUER ter convicção do que faz, do planejamento que faz, da filosofia que deseja implantar, do caminho que deseja seguir. Foram seguidas interrupções de planejamentos, seguidas tomadas de decisões erradas, elencos fragmentados, sem gestão eficiente de futebol, o que foi POTENCIALIZADO pelo fato do clube permanecer por 2 temporadas (2016 e 2017) sem uma figura forte na gestão de futebol. O Atlético seguiu, em 2018 e até agora, abril de 2019, cometendo OS MESMOS ERROS, praticando as mesmas políticas vazias de mercado, planejando o futebol de maneira totalmente equivocada, com uma gestão, a atual, TOTALMENTE leniente, avulsa aos problemas de gestão do clube, fugindo das responsabilidades, transferindo-as a terceiros, como vem fazendo sistematicamente, desde 2015.
Todas as falhas sistemáticas de planejamento levaram o Atlético á sucessivas eliminações, desempenhos aquém do esperado, aquém do investimento, do planejamento, trazendo ainda mais incertezas sobre o futuro do clube á médio/longo prazo, já que não houve, nem na gestão passada, nem na atual, uma tentativa de inovação, de pensar e planejar o futebol de forma objetiva, completa e bem estruturada em uma filosofia que acompanhe o progresso no futebol. Infelizmente, a incompetência virou marca registrada das duas gestões.
Conclusão
O resultado final de toda essa narrativa é o momento que o Atlético apresenta hoje. O Atlético de hoje em dia é o reflexo do ostracismo, a representação fiel do comodismo, da morbidade, um clube que PERDEU A SUA IDENTIDADE, abnegou seu DNA, trocou a certeza de um planejamento bem executado, as ferramentas de um legado construído nos dois anos mais vitoriosos da história do clube, em 2013/14, pela falta de convicção, pela covardia, pelo ostracismo, pelo catatonismo funcional, tudo isso representadas em duas gestões que DILAPIDARAM toda e qualquer possibilidade de crescimento e desenvolvimento, tanto do aspecto financeiro, e principalmente, futebolístico, que é o carro chefe de uma agremiação de futebol.
Desde 2016, o Atlético se afunda em um mar de lama, que vai trazendo o clube, aos poucos, ao fundo que pode não nos reservar uma saída. Tomadas de decisões erradas, erros de convicção, total objeção ás novas filosofias aplicadas no futebol, gestores MAL PREPARADOS, INCAPAZES de assumir a responsabilidade que o Atlético adquiriu como clube que recém se inseriu na primeira prateleira do futebol Sul americano.
A tragédia de hoje é o retrato do que fizemos de errado no passado. Não existe e não existirá salvador da pátria, enquanto não forçarmos, na mente de cada atleticano, um pensamento PONDERADO e CRÍTICO, buscando TRANSPARÊNCIA, EQUIDADE, RESPEITO A CAMISA, e sobretudo, respeito á Instituição Clube Atlético Mineiro, de 111 anos de glórias, conquistas, feitos, história essa, que foi forjada com suor, sangue, lágrimas, sofrimento e redenção.
O Atleticano de hoje deve QUESTIONAR. Não se deixar levar por promessas vazias, e o principal, LEMBRAR que ele é a ultima linha de defesa entre o clube e o fracasso.
Se o nosso desejo não é nos tornar o Vasco da Gama de amanhã, HOJE, temos que fazer valer nosso livre e manifesto direito de se expressar, buscando sempre a VERDADE e o RESPEITO ao Clube Atlético Mineiro.
Amigos, agradeço imensamente a atenção de todos vocês, é um prazer estar aqui, escrevendo para o @vaiquetotevendo , fazer parte dessa maravilhosa equipe do @AtleticoVQTTV, e claro, agradecer ao nosso parceiro @ArqdoGalo, sempre conosco.
Queria aproveitar para convidar a todos para a nossa estréia no Youtube, o Atlético VQTTV estará em breve trazendo lives, compactos, análises e muito conteúdo especialmente preparado para você, alvinegro. Espero ver todos vocês lá. No nosso twitter oficial (@AtleticoVQTTV), passaremos mais informações e informaremos a data da nossa primeira live. Vocês estão convidados!
No mais, é isso.
Aqui é Galo SEMPRE!
Escrito por: Lucas Silveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário