Rafael Augusto Sobis, um nome pesado na história do Sport Club Internacional, um nome que jamais pensei gritar em pleno 2019, ah o futebol...
O "guri de Erechim" voltou, aos 33 anos depois de rodar o mundo da bola, ganhar títulos, acumular histórias e nos deixar morrendo de saudade e nostalgia a cada atuação gigante com outra camiseta.
Sobis saiu do Colorado em 2006 após calar o Morumbi numa noite memorável em que "rasgou a camisa do São Paulo" com 2 gols e abriu o caminho para o Inter "libertar a América", rodou, ganhou, perdeu, voltou em 2010, quem diria para entrar naquele Inter x Chivas no Beira-Rio lotado e fazer mais um gol decisivo em uma final de Libertadores com a camiseta vermelha, predestinado.
Foi embora mais uma vez, dessa vez pra sempre pensávamos, eis que 2015 nos coloca frente a frente em uma Libertadores, Inter x Tigres, Inter x Sobis, uma ironia do futebol, Sobis passou, ficamos pelo caminho, feridas se abriram, mágoas expostas, vaias, aplausos, choro, e um sentimento, o destino precisa juntar Rafael Sobis e Inter novamente...
A temporada seguinte reservaria a pior mancha na história vermelha, o descenso pra B, a tristeza de um povo que se não bastasse o ano complicado cruzou novamente com Sobis naquele terrível Cruzeiro 4 x 2 Inter, 3 gols dele, nosso ego ferido novamente, revolta, Sobis porque contra a gente? Por que dessa forma?
Parte da torcida passou a "tentar esquecer" Sobis desde 2015 e seguiu na tentativa após 2016, mas é inevitável, cada memória de 2006/2010 traz de volta o nome dele, o chute rasteiro no canto de Rogério Ceni, o abraço em Fernandão, sentado no gramado do Beira-Rio olhando pro "nada", correndo com o bandeirão, o olhar incrédulo após o gol contra os mexicanos, era bobagem nossa, era impossível "apagar" Rafael Sobis.
"Sobis e a lendária corrida com o bandeirão." (Foto:Adriana Franciosi / Agencia RBS) |
O Inter seguiu, Sobis seguiu, caímos, levantamos e cá estamos em 2019, em mais uma Libertadores, e sim, o futebol dá voltas, o mundo gira, amores antigos não somem, o destino nos une, e Rafael voltou, voltou vestindo a 23, voltou pro clube da vida dele, voltou pra um povo que tentou "negar as aparências e disfarçar as evidências", o Beira-Rio lhe recebeu de braços abertos, como é bom contar com Rafael Sobis ao nosso lado, como é bom ter esse cara aqui de volta, DNA vencedor, acostumado com grandes jogos, um jogador que eleva a inteligência do time, uma liderança que soma muito ao elenco vermelho, conhecido e respeitado.
O tempo fez bem, Sobis abriu nossa caminhada na Libertadores com aquele gol rasteiro, de falta contra o Palestino no Chile, uma caminhada dura, árdua, o jogo contra o River Plate em pleno Monumental de Núñez nos presenteou com mais uma atuação digna do "senhor Libertadores", dois gols, experiência, catimba, empolgação e esperança que podemos chegar juntos na terceira conquista da copa, pra coroar essa história que jamais terá um ponto final, Rafael Sobis está eternizado na história do Internacional, nada apagará isso.
A camisa vermelha que enverga varal tá bem representada, a América conhece esse camisa 23, que já foi 11, que já calou estádios imponentes, mas que faz vibrar o Beira-Rio novamente aos gritos de "pula que é gol do Sobis..."
"Pula que é gol do Sobis." (Foto:Ricardo Duarte/Inter) |
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