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sexta-feira, 10 de maio de 2019

Os Prós e Contras do novo autódromo Ayrton Senna no Rio de Janeiro

Foto: Site Urbe Carioca


Após 20 anos longe, finalmente uma notícia, a Fórmula 1 pode retornar ao Rio de Janeiro. Tudo isso graças a um termo de cooperação  para construção do autódromo Ayrton Senna. Assinado pelas três esferas do governo ( Municipal, Estadual e Federal), o novo autódromo pode ser construído no bairro de Deodoro na Zona Oeste. Sem dúvida, essa é uma excelente notícia para os fãs de automobilismo, tanto do Rio de Janeiro, tanto do Brasil, afinal isso fortalece o esporte como um todo.Porém, como vimos recentemente, todo grande investimento precisa ser analisado com muito cuidado para evitar problemas futuros. Como por exemplo, o abandono de alguns equipamentos olímpicos logo após o evento. Vamos analisar alguns prós e contras desse novo circuito.

Impacto econômico 

Prós

Em um período de forte que crise que o Estado do Rio de Janeiro vem passando, todo e qualquer investimento que gere empregos é muito bem vindo. Segundo Bolsonaro serão gerados cerca 7 mil empregos diretos e indiretos para sempre. Sem contar que Deodoro pertence a Zona Oeste do Rio e faz limites com o Zona Norte e Baixada Fluminense,  regiões que por anos receberam poucos incentivos públicos. Assim, bairros como Madureira, Bangu, Campo Grande e os municípios de Nilópolis e Nova Iguaçu poderiam ter suas economias locais aquecidas atraindo novas empresas e gerando mais trabalhos.

Na verdade, a cidade como um todo saí ganhando. O autódromo e o GP de Fórmula 1 incluí o Rio no circuito do automobilismo internacional. Com isso, atrairia outras competições automobilísticas, além de diversos outros eventos como feiras, convenções e o F1 Festival que já confirmou uma data no Brasil já em 2019.

Contras 

A exemplo do que ocorreu após os jogos Pan Americanos e Olímpicos o não planejamento a médio e longo prazo e a falta de investimentos públicos ao redor do autódromo podem em poucos anos afastar, ou até mesmo inviabilizar o evento. Sem contar que a construção do projeto, a floresta do Cramboata seria removida, o que certamente iria gerar protestos.

Automobilismo 

Prós

O automobilismo nacional sai fortalecido. Um novo autódromo, na segunda maior cidade do país, amplia e fortalece competições já existentes, como a StockCar. O que demanda mais profissionais especializados no esporte nas coberturas desses eventos. De acordo com a notícia divulgada no jornal O DIA, o espaço terá capacidade para 130 mil pessoas, fora os espectadores que assistirão de casa, ou seja, a novidade poderá aumenta audiência, principalmente numa geração nova. Falando neles, até mesmo o automobilismo virtual sairia ganhando, afinal o Brasil ganharia mais um circuito e assim fortalecendo esse eSport.

As modalidades de corridas virtuais, tem sido uma grande aposta para aumentar o engajamento das novas gerações, com o esporte. Além de ser uma excelente ferramenta para democratizar o acesso de jovens talentos ao automobilismo real. Um exemplo dessa interação entre o virtual e o real é o Igor Fraga. Igor foi o primeiro campeão mundial da FIAGTC, após ter vencido a final das Américas e a final da competição Sulamericana da Logitech G Challenger na BGS 2018.

Contras

Os autódromos já existentes no país não podem ser esquecidos ou abandonados. O Circuito de Interlagos possuí contrato até 2020, ou seja, para que a fala do presidente seja válida, o único cenário possível seria o país sediar dois Grandes Prêmios, algo que já ocorreu na Fórmula 1.


Investimentos


Prós


Segundo o Presidente Jair Bolsonaro, a construção do novo autódromo acontecerá em até 7 meses e será custeada totalmente pela iniciativa privada. Dessa forma, serão gerados empregos diretos e indiretos com as obras e aquecerá o setor hoteleiro do Rio.

Contras

Até o presente momento, pouco foi comentado sobre os investimentos públicos na infraestrutura ao redor da região do Cambroata, em Deodoro. O bairro recebeu algumas modalidades dos Jogos Olímpicos Rio 2016, tem fácil acesso a Avenida Brasil e o corredor Transolímpico. Além de apresentar um pequeno terminal de trem com duas linhas expressas e algumas linhas paradoras, fora um corredor de ônibus articulados ,BRT TransOlímpico, que parte da Vila Militar para a Barra da Tijuca . 

Contudo, com exceção do corredor TransOlímpico, que é administrado pela Via Rio, todas essas facilidades de transportes já precisam de melhorias, principalmente a Avenida Brasil que passa por obras desde antes do período olímpico. Para se ter uma ideia, o corredor de BRT Transbrasil que conectará o centro do Rio a Deodoro, se quer foi concluída. O cenário econômico atual não está favorável para esses tipos de investimentos. Vale lembrar que o prefeito Marcelo Crivella sofre nesse momento um processo de impeachment e o Brasil acabou de sair da lista dos melhores 25 países para se investir.

O tempo para construção de qualquer equipamento público raramente se concluí em menos de um ano, ou seja, um projeto desse porte ser concluído em sete meses seria algo incomum.

Iremos acompanhar os próximos capítulos dessa história, torcendo que ano que vem possa ter dois Grandes Prêmios de Fórmula 1 no Brasil.


Fernando Campo Grande








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