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domingo, 12 de abril de 2015

Santos 103: amor na dor


2011 é certamente um dos anos mais memoráveis para a torcida santista. O ano que finalmente o Santos Futebol Clube voltou a figurar no cenário mundial. A inesquecível conquista da Libertadores, como bem retratou o meu colega Andherson Oliveira no texto anterior (segue o link no fim da página), ficará para sempre como um dos momentos mais bonitos. O que não podíamos prever era que no fim daquele mesmo ano também ficaríamos marcados pela dor.

Após ter conquistado o Tricampeonato da América, o Santos ganhou o direito de disputar o Mundial de Clubes da FIFA. Desde quando venceu a Libertadores, a expectativa para a disputa no Japão só fazia crescer entre os santistas a cada dia. Nos arredores da Vila Belmiro, cartazes, campanhas e a esperança visivelmente brilhando no olho de todos os que vestiam a camisa sagrada. Um clima completamente diferente e anormal, que tornou os últimos jogos do campeonato brasileiro daquele ano indiferente, a não ser pela oportunidade de fazer festa e mostrar todo o nosso apoio para o que estava por vir.
Uma das maiores emoções que vivi como torcedora não foi dentro de um estádio, nem em uma mesa de bar acompanhando algum jogo importante, mas sim no saguão do Aeroporto Internacional de Guarulhos, 05 de dezembro de 2011. Em uma grande festa a torcida santista cruzou a cidade de São Paulo em carreatas e lotou o aeroporto na região metropolitana. Pouco antes do embarque da delegação para o Japão, uma emocionante demonstração de apoio daqueles que não poderiam estar presentes de alma, mas que entregaram seus corações a cada um dos jogadores que por ali passaram.
14 de dezembro de 2011, enfim a estreia do time santista no Mundial. Sem dificuldades o Santos venceu o Kashiwa Reysol pelo placar de 3 a 1 e avançou para a final. Finalmente o duelo mais esperado do ano tinha data marcada: Santos x Barcelona; 18 de dezembro de 2011. 
Como assistir um jogo desse porte do sofá de casa? Impossível! Na véspera da partida, reunimos amigos/torcedores que compartilham desse amor na cidade de Santos. Unimos nossa esperança, ansiedade e nervosismo em um churrasco madrugada adentro. Enfim amanheceu em Santos, acredito que boa parte da população não dormiu naquele dia. A caminho da Vila Belmiro, fogos e enquanto tocava o hino no som do carro, lágrimas. Emoção a flor da pele, motivos suficientes para emocionar qualquer torcedor.
Antes da partida começar, torcedores se reuniram na Vila famosa para assistirem a partida. Uma expectativa gigante e o brilho no olho de cada torcedor mostrava o quando nós acreditávamos que era possível. Enfim o jogo começou e poucos minutos foram o suficiente para levarmos um balde de água fria. Imaginávamos tantas coisas e o que vimos foi um time apático que apenas entrou em campo para ver o adversário dar aula de futebol. O golpe doeu! Doeu demais! A pior parte não foi perder, mas ver aquela camisa branca não expressar reação alguma. Os arredores da Vila Belmiro antes tomada por alegria, agora era de tristeza absoluta, silêncio, lágrimas e abraços pouco confortadores. Torcedores jogados ao chão incrédulos. Um dia nunca acabou tão cedo...
Na foto: a torcedora Karina Velasco 
Todos os que viveram aquele dia intensamente jamais poderá esquecer desse sentimento. Talvez a maior dor que já sentimos, mas aquele sabor amargo na garganta e o aperto no peito era nossos corações explodindo de amor. Nem só de vitórias se faz um campeão e o Santos é capaz de nos fazer ama-lo incondicionalmente até na dor.
Gritar campeão, como tantas vezes fazemos, é a maior satisfação dentro do futebol, mas na derrota, nós somos capazes de perceber o quão enorme é o nosso sentimento e qual o real valor do nosso clube para nós. Naquele triste dia, como nos dias felizes, o Santos se fez o motivo de todo o nosso riso, lágrimas e emoção.
São 103 anos de história. 103 anos sendo um verdadeiro gigante, e a maior prova disso é a nossa angustia vir de um vice campeonato, enquanto alguns sentem a amargura em disputar divisões de acesso. Obrigada por existir, Santos Futebol Clube, por mesmo na dor, ser o meu maior orgulho!

"Nascer, viver e no Santos morrer; É um orgulho que nem todos podem ter"


2 comentários:

  1. Lindo texto Danni, foi emocionante a vigília na vila.

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    1. Obrigada Si!!! Foi emocionante demais tudo o que passamos naquele final de semana. O desfecho não foi como queríamos, mas o amor pelo Santos supera tudo.

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