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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O Cruzeiro de Mano

Mano Menezes chegou no Cruzeiro e encontrou somente um amontoado de jogadores. O time não treinava como deveria, os jogadores não tinham um mínimo de orientação tática, era quase um grupo de peladeiros. Entravam em campo os preferidos do antigo técnico, sem nem importar a qualidade deles.

Ele chegou e já tratou logo de mudar isso. Primeiro, colocou o time para treinar. Como ele disse na sua coletiva de apresentação, o futebol de hoje é muito intenso e essa história de jogo é jogo, treino é treino. Mudou também o desenho tático do time. O esquema da Alemanha, que o Pofexô tentou implantar e falhou miseravelmente, Mano implantou com sucesso logo em seu primeiro jogo.
O novo comandante celeste chegou dizendo que não mudaria a estrutura do time, pois não havia tempo para isso, e de fato não o fez. A simples mudança tática e na forma de treinamento mudaram o Cruzeiro.
Mano já disse que arma o Cruzeiro no 4-1-4-1, e o time base é:


Junto com a mudança tática, Mano trouxe uma mudança na execução tática também: a movimentação dos três volantes. Ariel, Henrique e Williams se movimentam muito, tanto revezando entre eles na ocupação das "vagas de volante e meias centrais" quanto aparecendo como elementos surpresa para uma finalização ou sendo opção para uma tabela. Essa mesma  movimentação ele também impôs aos pontas e ao atacante. Com essa nova movimentação generalizada, o aspecto ofensivo da equipe teve uma melhora sensível.

No entanto, acredito que a principal melhora tenha sido no setor defensivo. O time que antes se defendia como podia, hoje tem um padrão, quando perde a bola, o Cruzeiro se recompõem com o mesmo esquema tático.
Os pontas ficam responsáveis pelo laterais adversários, os dois "meias centrais" marcam os homens que ocupam a mesma faixa de campo da outra euqipe. Somente o atacante pressiona os zagueiros e, depois que os zagueiros se livram da bola, tem que voltar para fazer superioridade numérica no meio campo.
O jogador que estiver ocupando a cabeça de área fica entre as duas linhas para pegar quem escapar da marcação da primeira linha de quatro, dificultando assim a infiltração de algum jogador e barrando a aparição de algum jogador d outro time como elemento surpresa. Em situações em que o Cruzeiro está sendo muito pressionado, o "cabeça de área" recua até a linha dos zagueiros para facilitar a sobra e fazer com que a segunda bola seja do time celeste. Isso não tem aparecido muito porque quase todo jogo, jogamos com um a menos e é justamente essa "marcação da sobra" que fica mais prejudicada.

 
Os laterais marcam à distância os homens abertos do time adversário, impedido o passe e uma eventual tabela para chegar a linha de fundo e forçando um cruzamento da intermediária.

Na minha opinião, essas foram as principais mudanças, sem contar a mudança de atitude dos jogadores, e as melhoras que elas trouxeram foram perceptíveis. Mano deixou a defesa mais sólida e o ataque mais leve. Ainda temos muitos problemas como o Paulo André, as várias finalizações e passes errados e a necessidade de uma melhor compactação dos zagueiros e dos laterais, além da lesões, que embora sejam um infortúnio e façam parte do dia a dia, prejudicam demais um elenco já limitado. Mesmo assim, Mano já mostrou que esse tempo que passou estudando foi produtivo, chegou com novas ideias e parece que vai nos salvar da degola. Se continuar assim, e a diretoria for sensata, os próximos dois anos com ele podem ser muito proveitosos.

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