Inter e Copa do Brasil combinam? Difícil falar sobre essa
relação tão conturbada e recheada de desilusões com resquícios de sofrimento
por parte do Colorado.
Apenas uma conquista, no longínquo 1992 em cima do
Fluminense naquele pênalti de Célio Silva que arrancou grama na mesma proporção
que sorrisos no Beira-Rio, ao longo da nossa trajetória na competição
eliminações bizarras como a para o Juventude em 1999, no acachapante 0 a 4 em
pleno Gigante, numa noite fria e triste na história vermelha.
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| "Gol do título em 1992, Célio Silva." (Foto: Luis Fernando / Agência RBS) |
Caímos também para o Remo em 2003, Sport em 2008, Ceará em
2014, Vitória em 2018 e por aí vai, uma “maldição” que ronda o Beira-Rio, o
Inter incrivelmente sofre na Copa do Brasil, uma competição nacional que muitas
vezes parece pouco valorizada dentro do clube, dificilmente é tratada como
prioridade.
Hoje o Colorado entra em campo para fazer sua estreia na
Copa do Brasil 2019, contra o Paysandu, que mesmo carregado de tradição é um
clube menor, que habita a sombria série C do nacional, um time muito inferior
tecnicamente, com uma folha salarial infinitamente menor e cercado de todas
as dificuldades que o “lado B” do futebol brasileiro apresenta.
Jogo fácil? Jamais!
Com todo histórico é improvável que o Inter tenha vida
tranquila, o “Papão” vem para Porto Alegre tentando levar alguma sobrevida para
a decisão no Pará, cabe ao Inter decidir essa parada hoje, em casa, com o apoio
da torcida para que fantasmas do passado não voltem a assombrar no presente.
Time titular com a baixa de Moledo e Dourado, Guerrero
confirmado, Nico, D’Ale, Nonato, em tese tudo certo para manter a
invencibilidade no Beira-Rio, ganhar hoje é obrigação vermelha, um título
nacional é uma ambição da torcida colorada, que por muito tempo não grita “é
campeão” no país, ganhamos a América, o Mundo, empilhamos taça no Estado, mas
esquecemos de como é bom vencer no Brasil, dentre os ditos 12 grandes o
Internacional tem o MAIOR JEJUM de
conquistas nacionais (27 anos), grave né?
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| "Copa do Brasil 1992, último título nacional do Inter." (Foto:https://gauchazh.clicrbs.com.br) |
Por que não arriscar no torneio mata-mata? Se existe
disparidade técnica/financeira para brigar pelo Campeonato Brasileiro, é necessário
olhar com carinho para a Copa, jogos de ida e volta, ambiente de decisão, tiro
curto, é outro modelo, é possível ganhar, mas tem que valorizar, o elenco
colorado está longe da perfeição, porém tem totais condições de jogar “a vida”
no mata-mata, usa torcida, fator local, inflama o Beira-Rio a cada partida e
quebra esse ciclo de fracassos na competição.
Chega de adiar, chega de fingir que não importa, o passado
não pode atrapalhar o futuro, vence Colorado, “te aprochega” dela, chegou a
hora da reconciliação, a Copa do Brasil precisa voltar a morar no Beira-Rio, o primeiro passo é hoje.
Jonas Almeida
Twitter: @JonasAlmeida91


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