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domingo, 3 de maio de 2015

O ÚLTIMO EXORCISMO



Diego Vara/Agencia RBS


Os anos 90 para nós, Colorados, foram mais de decepções do que conquistas, muitas vezes ficamos no quase, com o grito de campeão engasgado e neste período muitos fantasmas surgiram.

O ano era 1995, o técnico do Grêmio era Felipão, eram anos de conquistas do co-irmão e de muita soberba também.Gauchão era tratado como "cafezinho", o Inter vivia uma crise institucional, fazia um time novo por semestre e, neste cenário, nós torcedores vivíamos apenas de esperança.

O Gauchão de 1995 é um episódio emblemático desta época de "vacas magras" para nós Colorados, o título seria decidido mais uma vez em um GreNal, o primeiro jogo no Beira-rio terminou empatado em 1 a 1; no Olímpico, Felipão escalou um time misto, que eles chamavam de "Banguzinho", mas que tinha Luciano, Roger, Rivalora, Dinho, Arce, Paulo Nunes e Carlos Miguel. 

Como bom torcedor, não me importei com o favoritismo do time misto gremista, coloquei orgulhoso minha camisa vermelha e parti cheio de confiança para o Olímpico, para torcer para o Inter de Goycochea, Marcão, Argel, Jonílson, César Prates, Márcio, Marcelo, Nando, Loyola, Leandro e Zé Alcino. O time lutou muito, foi valente, mas sucumbiu ao time misto do Grêmio que venceu por 2 a 1 e comemorou o "Cafezinho" com o "Banguzinho".

Aquilo marcou uma geração de torcedores Colorados como eu, mesmo com todas as conquistas a partir dos anos 2000, mesmo com 2 Libertadores, 2 Recopas e 1 Mundial FIFA, faltava alguma coisa, ainda existia algo pendente e que precisava ser resolvido.

Passaram-se 20 anos, estamos em 2015 e o Grêmio não trata mais o Gauchão como "Cafezinho", agora são eles que passam por problemas institucionais e Campeonato Estadual virou "Copa da Mundo". Desde 2010 o co-irmão não levanta taça e a esperança deles veio do passado, daquele mesmo personagem de 1995, com nome e sobrenome: Luiz Felipe Scolari.

Clube, direção e torcedores apostaram tudo no pensamento mágico, acharam que Felipão na casamata seria suficiente para acabar com o jejum de títulos, apostaram na "mística", no passado e na "imortalidade". Contudo, esqueceram que o Internacional não é o mesmo clube bagunçado e perdedor de 1995 e, principalmente, que o Grêmio está longe de ser o clube vitorioso da década de 90.

Os Deuses do Futebol foram justos com nós Colorados, prepararam tudo de forma quase irônica, peça por peça, personagem por personagem. 

Hoje, 03/05/2015, finalmente exorcizamos o último fantasma dos anos 90, o último pilar da mística tricolor ruiu e desmoronou, o cara que transformou o "Cafezinho" em "Copa do Mundo" perdeu, não restou mais nada, todo sofrimento da década de 90 foi recompensado e com muita vantagem para nós Colorados.

Internacional Pentacampeão Gaúcho exorcizando o último fantasma.

Obrigado Diego Aguirre por este momento de redenção!

Tchê Mano

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