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domingo, 23 de agosto de 2015

MONARQUIA CRUZEIRENSE: O REI, O PRÍNCIPE E OS BOBOS

Toda estrutura de poder tem alguns elementos que fazem com que elas funcionem. Um clube de futebol também tem sua estrutura de poder. No Cruzeiro em 2015, a estrutura escolhida foi a monarquia, que será explanada nas próximas linhas.

Ao falar em monarquia, qual a primeira ideia vem à cabeça? Sim, a de que existe um rei. No Cruzeiro, o rei é o presidente do clube, Gilvan (sim, sem “Dr.” ou “Sr.” como de costume, acho que ele até vai gostar do presente texto e adotará o pronome de tratamento Vossa Majestade – trate-o como achar mais adequado). O rei no Cruzeiro é aquele ser onipotente (o que pode tudo), é exatamente como ocorria na idade média – o rei era o representante de Deus na Terra –, sim, para o Gilvan ele é quem deve ser cultuado pela torcida do Cruzeiro, afinal, os 94 anos de história do clube não são nada perto dos dois brasileiros conquistados nas duas últimas temporadas em sua gestão.


E o príncipe? Ah, o príncipe... Ele é o filho do rei, aquele que detém também muito poder e é inquestionável na estrutura de poder. E quem mais poderia ser o filho do Gilvan? Ele mesmo, Vanderlei Luxemburgo. Tido como sonho do atual presidente celeste, Luxemburgo já era cotado como provável técnico do Cruzeiro desde os primeiros fracassos de Marcelo Oliveira em 2015. Inclusive teve poderes para indicar o diretor de futebol para o Cruzeiro, seu amigo Isaías Tinoco. Protegido pelo presidente, mesmo com os péssimos resultados, pouco treinamento e ainda métodos contestáveis como “churrascos para os jogadores”, Luxemburgo não vem sofrendo nenhuma cobrança para a melhoria do time, mais intensidade de treinos etc. Na verdade, para a torcida, mais parece que Luxemburgo está num período de férias no comando do Cruzeiro, há quem inclusive afirme que quem treina o time realmente é Deivid. Um time da grandeza do Cruzeiro não pode ficar nas mãos de um técnico que não quer trabalhar, o clube é uma instituição séria, se quer farra, procure outro time para treinar, Luxa!

E os bobos? Bom, a essa altura eu imagino que quem está lendo já sabe a resposta. Os bobos da história somos eu, você e mais alguns milhões de cruzeirenses espalhados pelo mundo afora. Os bobos da corte eram os “funcionários” responsáveis por fazerem a realeza rirem, e creio que é apenas isso que o torcedor cruzeirense está fazendo em 2015 - quem gere o clube apenas ri da nossa cara. Enquanto sofremos e procuramos soluções para o clube, quem detém mesmo o poder está acomodado, ganhando seu salário em dia e pouco se importando com o momento péssimo vivido. Passou da hora de apenas sermos enxergados assim pelos diretores, comissão técnica e jogadores. O Cruzeiro pertence aos torcedores! Nós que carregaremos para sempre o azul e branco, que passaremos esse amor para os nossos filhos, netos, bisnetos. Temos que procurar meios de fazer valer a nossa força.


E cuidado, Gilvan, uma hora a torcida acorda de verdade e faz valer aquele velho ditado: REI MORTO, REI POSTO! E claro, trata-se apenas de uma metáfora, não desejo a morte de ninguém, mas sim a saída de Gilvan do comando do Cruzeiro (e que leve junto o ‘Luxemburro’ e os jogadores medíocres que foram contratados este ano). Se não conseguem comandar um clube dessa grandeza, comandar os jogadores que são subordinados a vocês, é o momento de partir. Já está na hora da tríplice coroa adornar a cabeça de alguém com mais vontade e humildade.

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