Toda estrutura de poder tem alguns elementos que fazem com que elas
funcionem. Um clube de futebol também tem sua estrutura de poder. No Cruzeiro
em 2015, a estrutura escolhida foi a monarquia, que será explanada nas próximas
linhas.
Ao falar em monarquia, qual a primeira ideia vem à cabeça? Sim, a de que
existe um rei. No Cruzeiro, o rei é o presidente do clube, Gilvan (sim, sem
“Dr.” ou “Sr.” como de costume, acho que ele até vai gostar do presente texto e
adotará o pronome de tratamento Vossa Majestade – trate-o como achar mais
adequado). O rei no Cruzeiro é aquele ser onipotente (o que pode tudo), é exatamente
como ocorria na idade média – o rei era o representante de Deus na Terra –,
sim, para o Gilvan ele é quem deve ser cultuado pela torcida do Cruzeiro,
afinal, os 94 anos de história do clube não são nada perto dos dois brasileiros
conquistados nas duas últimas temporadas em sua gestão.
E o príncipe? Ah, o príncipe... Ele é o filho do rei, aquele que detém
também muito poder e é inquestionável na estrutura de poder. E quem mais
poderia ser o filho do Gilvan? Ele mesmo, Vanderlei Luxemburgo. Tido como sonho
do atual presidente celeste, Luxemburgo já era cotado como provável técnico do Cruzeiro
desde os primeiros fracassos de Marcelo Oliveira em 2015. Inclusive teve
poderes para indicar o diretor de futebol para o Cruzeiro, seu amigo Isaías
Tinoco. Protegido pelo presidente, mesmo com os péssimos resultados, pouco
treinamento e ainda métodos contestáveis como “churrascos para os jogadores”,
Luxemburgo não vem sofrendo nenhuma cobrança para a melhoria do time, mais
intensidade de treinos etc. Na verdade, para a torcida, mais parece que
Luxemburgo está num período de férias no comando do Cruzeiro, há quem inclusive afirme que
quem treina o time realmente é Deivid. Um time da grandeza do Cruzeiro não pode ficar
nas mãos de um técnico que não quer trabalhar, o clube é uma instituição séria,
se quer farra, procure outro time para treinar, Luxa!
E os bobos? Bom, a essa altura eu imagino que quem está lendo já sabe a
resposta. Os bobos da história somos eu, você e mais alguns milhões de
cruzeirenses espalhados pelo mundo afora. Os bobos da corte eram os “funcionários”
responsáveis por fazerem a realeza rirem, e creio que é apenas isso que o
torcedor cruzeirense está fazendo em 2015 - quem gere o clube apenas ri da nossa cara. Enquanto sofremos e procuramos
soluções para o clube, quem detém mesmo o poder está acomodado, ganhando seu
salário em dia e pouco se importando com o momento péssimo vivido. Passou da
hora de apenas sermos enxergados assim pelos diretores, comissão técnica e
jogadores. O Cruzeiro pertence aos torcedores! Nós que carregaremos para sempre
o azul e branco, que passaremos esse amor para os nossos filhos, netos,
bisnetos. Temos que procurar meios de fazer valer a nossa força.
E cuidado, Gilvan, uma hora a torcida acorda de verdade e faz valer
aquele velho ditado: REI MORTO, REI POSTO! E claro, trata-se apenas de uma
metáfora, não desejo a morte de ninguém, mas sim a saída de Gilvan do comando
do Cruzeiro (e que leve junto o ‘Luxemburro’ e os jogadores medíocres que foram
contratados este ano). Se não conseguem comandar um clube dessa grandeza, comandar os jogadores que são subordinados a vocês, é o momento de partir. Já está na hora da tríplice coroa adornar a cabeça de
alguém com mais vontade e humildade.
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