E na noite de ontem, o aluno deu aula para o professor. Era pra ser o Cruzeiro atacando, era pra ser o Cruzeiro marcando, era para ser o Cruzeiro goleando. Foi o Joinville, atacando, marcando e goleando, com muita grandeza e propriedade.
Na 18ª
rodada do Campeonato Brasileiro, o Joinville colocou o Cruzeiro na roda. Muito
superiores na partida, os catarinenses chegariam a fazer 4x0. Mas o senhor Luiz
Pedro Vuaden errou em mais uma oportunidade, anulando um gol legítimo. Deixando
assim, que os tricolores comemorassem “apenas” os 3x0 - fora os ameaços, e uma
melhor colocação na tabela.
Foi
uma derrota surpreendente, não só para os cruzeirenses. Creio que nem o
tricolor mais otimista esperava uma vitória tão fácil. O time que há pouco
tempo era o lanterna, passou por cima de qualquer evolução que a equipe mineira
tenha apresentado nas duas rodadas anteriores. Foi vergonhoso. Foi um completo
show de horrores dos mineiros.
Luxemburgo, que ainda não venceu seu ex auxiliar PC Gusmão, optou por manter o mesmo esquema tático. Correto, estava dando certo. A única
mudança na escalação foi à volta de Charles para o meio campo com Fabrício
voltando à lateral. Nos primeiros minutos, já deu para perceber que o Cruzeiro,
dessa vez, com esse esquema, não havia se encontrado em campo. Tomamos o primeiro
gol de bola parada, um golaço de Marcelinho Paraíba - o nome do jogo. Quem
estava acompanhando a partida certamente deve ter pensado: “Ah, o Joinville vai recuar pra segurar o placar e vai chamar o
adversário pra cima.” Doce ilusão! Luxemburgo não mudou seu esquema, apenas
permaneceu apático no banco de reservas e PC Gusmão não recuou seu time, estava
fácil demais para ter que usar esse recurso. Assim, sem dificuldades, conseguiu
ampliar o placar, ainda no primeiro tempo, explorando as bolas paradas. O
zagueiro Bruno Aguiar, sozinho, sem cobertura alguma da defesa celeste, marcou
o segundo. Edigar Junio, ainda fez mais um, que erroneamente foi anulado. Enquanto isso, do lado celeste, apenas um
chute ao gol, em uma cobrança de falta que mais pareceu um recuo pro goleiro
Agenor.
Na
volta do intervalo, Luxemburgo fez o que deveria ter feito nos primeiros
minutos de jogo, mudou a formação da equipe. Tirou um volante, Charles, colocou
De Arrascaeta em campo e trocou um atacante por outro, saiu Marinho e entrou
William; no decorrer do segundo tempo ele ainda trocou Vinicius Araújo por
Damião. No entanto, a apatia do primeiro tempo já havia contaminado a todos,
nenhuma mudança funcionou. O Joinville manteve-se firme atacando e o Cruzeiro
manteve os erros do primeiro tempo, passes errados, erros de marcação, sem
ganhar uma bola pelo alto, tanto na defesa quanto no ataque e com finalizações
pífias - apenas uma finalização foi boa, com Damião, mas, realmente não era
nossa noite. Não demorou muito e a rede do goleiro Fábio balançou novamente,
com o estreante da noite, Mariano Trípodi.
Com
todo o respeito ao Joinville, ninguém esperava uma vitória tão ampla, e não só
pelo placar. PC Gusmão, ex-aluno de Luxemburgo, neutralizou o esquema do mestre.
Sem dificuldades. Mostrou-nos o quão ultrapassado Luxemburgo realmente está.
Para
os cruzeirenses ficou o sentimento de vergonha, de indignação e mais uma vez a
busca pelo culpado. Será o Gilvan que não planejou o ano de 2015 e parece não ter
peito para cobrar a comissão técnica e os jogadores? Será a comissão técnica que não faz um bom
trabalho e ainda insiste nas folgas excessivas? São os jogadores que parecem
não honrar a camisa? Que mesmo perdendo ficam só recuando pro Fábio e tocando
bola na defesa? Será o Léo que ontem se fez um a menos em campo? Será o Paulo André
que deveria usar o seu “bom senso” e sair do Cruzeiro? Será o Henrique que só anda
em campo? Será os atacantes que finalizam mal? Vou além dessas perguntas... Por
que Gabriel Xavier não está nem no banco de reservas, se não temos um meia-armador
em campo? Por que Marcos Vinícius não teve sequência? Por que insistir com um
zagueiro pesado na lateral tendo Mayke no banco? Por que não dar chances ao
Eurico? Por que não dar chances ao Grolli?
São muitos “porquês” pra pouco futebol
apresentado. Enquanto isso, a diretoria segue com suas renovações inacreditáveis,
segue sem demonstrar cobrar o treinador e sua comissão técnica e segue cobrando
o apoio do torcedor (adesão de sócios) e sem dar retorno algum para nós, que
somos os que mais sofremos com a situação do time.
Vencer
o Internacional domingo pode amenizar o problema, mas não diminuir sua
grandeza. Desde o início da temporada a opinião do torcedor se mantém, tem
muita coisa pra resolver nesse Cruzeiro 2015. E nós, torcedores, vamos continuar
apoiando e cobrando mudanças. Afinal, cobramos por amar demais este Clube que
tantas glórias já nos deu.
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