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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Papéis invertidos em Santa Catarina

E na noite de ontem, o aluno deu aula para o professor. Era pra ser o Cruzeiro atacando, era pra ser o Cruzeiro marcando, era para ser o Cruzeiro goleando. Foi o Joinville, atacando, marcando e goleando, com muita grandeza e propriedade.


Na 18ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Joinville colocou o Cruzeiro na roda. Muito superiores na partida, os catarinenses chegariam a fazer 4x0. Mas o senhor Luiz Pedro Vuaden errou em mais uma oportunidade, anulando um gol legítimo. Deixando assim, que os tricolores comemorassem “apenas” os 3x0 - fora os ameaços, e uma melhor colocação na tabela.

Foi uma derrota surpreendente, não só para os cruzeirenses. Creio que nem o tricolor mais otimista esperava uma vitória tão fácil. O time que há pouco tempo era o lanterna, passou por cima de qualquer evolução que a equipe mineira tenha apresentado nas duas rodadas anteriores. Foi vergonhoso. Foi um completo show de horrores dos mineiros. 

Luxemburgo, que ainda não venceu seu ex auxiliar PC Gusmão, optou por manter o mesmo esquema tático. Correto, estava dando certo. A única mudança na escalação foi à volta de Charles para o meio campo com Fabrício voltando à lateral. Nos primeiros minutos, já deu para perceber que o Cruzeiro, dessa vez, com esse esquema, não havia se encontrado em campo. Tomamos o primeiro gol de bola parada, um golaço de Marcelinho Paraíba - o nome do jogo. Quem estava acompanhando a partida certamente deve ter pensado: “Ah, o Joinville vai recuar pra segurar o placar e vai chamar o adversário pra cima.” Doce ilusão! Luxemburgo não mudou seu esquema, apenas permaneceu apático no banco de reservas e PC Gusmão não recuou seu time, estava fácil demais para ter que usar esse recurso. Assim, sem dificuldades, conseguiu ampliar o placar, ainda no primeiro tempo, explorando as bolas paradas. O zagueiro Bruno Aguiar, sozinho, sem cobertura alguma da defesa celeste, marcou o segundo. Edigar Junio, ainda fez mais um, que erroneamente foi anulado.  Enquanto isso, do lado celeste, apenas um chute ao gol, em uma cobrança de falta que mais pareceu um recuo pro goleiro Agenor.

Na volta do intervalo, Luxemburgo fez o que deveria ter feito nos primeiros minutos de jogo, mudou a formação da equipe. Tirou um volante, Charles, colocou De Arrascaeta em campo e trocou um atacante por outro, saiu Marinho e entrou William; no decorrer do segundo tempo ele ainda trocou Vinicius Araújo por Damião. No entanto, a apatia do primeiro tempo já havia contaminado a todos, nenhuma mudança funcionou. O Joinville manteve-se firme atacando e o Cruzeiro manteve os erros do primeiro tempo, passes errados, erros de marcação, sem ganhar uma bola pelo alto, tanto na defesa quanto no ataque e com finalizações pífias - apenas uma finalização foi boa, com Damião, mas, realmente não era nossa noite. Não demorou muito e a rede do goleiro Fábio balançou novamente, com o estreante da noite, Mariano Trípodi.

Com todo o respeito ao Joinville, ninguém esperava uma vitória tão ampla, e não só pelo placar. PC Gusmão, ex-aluno de Luxemburgo, neutralizou o esquema do mestre. Sem dificuldades. Mostrou-nos o quão ultrapassado Luxemburgo realmente está.

Para os cruzeirenses ficou o sentimento de vergonha, de indignação e mais uma vez a busca pelo culpado. Será o Gilvan que não planejou o ano de 2015 e parece não ter peito para cobrar a comissão técnica e os jogadores? Será a comissão técnica que não faz um bom trabalho e ainda insiste nas folgas excessivas? São os jogadores que parecem não honrar a camisa? Que mesmo perdendo ficam só recuando pro Fábio e tocando bola na defesa? Será o Léo que ontem se fez um a menos em campo? Será o Paulo André que deveria usar o seu “bom senso” e sair do Cruzeiro? Será o Henrique que só anda em campo? Será os atacantes que finalizam mal? Vou além dessas perguntas... Por que Gabriel Xavier não está nem no banco de reservas, se não temos um meia-armador em campo? Por que Marcos Vinícius não teve sequência? Por que insistir com um zagueiro pesado na lateral tendo Mayke no banco? Por que não dar chances ao Eurico? Por que não dar chances ao Grolli?

São muitos “porquês” pra pouco futebol apresentado. Enquanto isso, a diretoria segue com suas renovações inacreditáveis, segue sem demonstrar cobrar o treinador e sua comissão técnica e segue cobrando o apoio do torcedor (adesão de sócios) e sem dar retorno algum para nós, que somos os que mais sofremos com a situação do time.


Vencer o Internacional domingo pode amenizar o problema, mas não diminuir sua grandeza. Desde o início da temporada a opinião do torcedor se mantém, tem muita coisa pra resolver nesse Cruzeiro 2015. E nós, torcedores, vamos continuar apoiando e cobrando mudanças. Afinal, cobramos por amar demais este Clube que tantas glórias já nos deu. 

#FÉchadoComOCruzeiro!


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