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Em 1992, o Brasil estava há 22 anos sem ganhar uma Copa
do Mundo (tinha vencido a última em 1970, ainda com Pelé em campo, mas
desde o último, em 2002, já são 14 de jejum), não tinha um campeão da
Libertadores há 9 anos, afinal, o último título tinha sido com o Grêmio
em 1983, também finalista em 1984: o São Paulo tinha sido finalista 18
anos antes (na decisão de 1974 contra o Independiente-ARG), mas depois
nas edições de 1978 e 1987, caiu bisonhamente na primeira fase.
Mais
que mudança interna (clima parecido com o vivido pelo São Paulo-2016), o
clube deve isso à contratação de um treinador que odiava perder,
adorava o futebol-arte e era o principal nome da época: sim, a
referência é feita justamente ao Mestre Telê, afinal, desde o começo,
mais que insisitir incansavelmente para Cafu aprender a cruzar ou para
Raí entrar na área e fazer os gols e o time jogar sem atacantes de
origem, mas ser super ofensivo, Telê mudou a mentalidade, inclusive do
futebol brasileiro: disse que o clube não iria para participar da
Libertadores-92 e se ganhasse, estava bom: o São Paulo deveria entrar
para ganhar e esse título era prioridade no clube.
Verdade
que o São Paulo começou vacilante: 0x3 do Criciúma (que era o atual
campeão da Copa do Brasil, em Criciúma-SC), foi se recuperando ao longo
da fase de grupos e aos poucos, foi melhorando o futebol e ganhando a
confiança da torcida.
Essa era a escalação do time-base comandado por Telê Santana: Zetti; Cafu, Antonio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adilson, Pintado e Raí; Müller(Macedo), Palhinha e Elivélton.
O time jogava bonito: seja pela televisão ou no estádio, dava gosto de
ver aquela máquina tricolor jogando, porque dificilmente o torcedor
assistia a um jogo modorrento, mesmo quando a equipe perdia.
O
time tricolor chegou até a final contra o Newell's Old Boys-ARG: ambos
buscavam o primeiro troféu, mas o time argentino chegava à primeira
final, enquanto o brasileiro, 18 anos antes, já tinha sido finalista 1
vez, como falado mais acima.
Tanto
na Argentina, como no Brasil, o placar foi o mesmo: 1x0 para os
argentinos em Rosario e os são-paulinos devolveram o placar com uma
cobrança certeira de Raí - pouco antes, Müller tinha saído para a
entrada de Macedo e em seus primeiros lances, o atacante conseguiu o
pênalti convertido pelo eterno camisa 10 são-paulino.
O
São Paulo precisava de mais um gol, mas isso o deixava exposto aos
contra-ataques - se tomasse o empate, correria o risco de tomar o empate
e ter que esperar no mínimo mais um ano: não foi o que aconteceu e a
decisão da Libertadores-92 foi para os pênaltis.
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Veio
então uma cena curiosa: o preparador de goleiros do São Paulo Valdir
Joaquim de Moraes começou a cantar cada cobrança dos argentinos para
Zetti poder fazer as cobranças, dizendo onde o jogador bateria, com que
perna, time tricolor vencendo por 3x2, até que chegou a "defesa do
título": Gamboa, jogador do time argentino, foi para a cobrança e Zetti,
1,86m de altura e excelente pegador de pênaltis, defendeu: Pintado, que
seria a quinta cobrança do São Paulo, não precisou bater e como mostra a
imagem acima, o Morumbi foi literalmente invadido por milhares de
torcedores - na época foram mais de 100 mil pessoas, público considerado
surreal perto da capacidade de hoje, de 66 mil -.
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Parabéns, São Paulo: rumo à vitória e a mais conquistas!!!
Twitter: @ManoelRocha4
Thais, foi o primeiro de 5 títulos. A melhor temporada da história do São Paulo.
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