Breaking News

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Parabéns, debutante

Eu lembro bem de como tudo estava há 15 anos. Aqui no sul fazia frio naquele domingo cinzento onde destes teus últimos suspiros. Ou primeiros de longos anos. Quem imaginaria que o Luís Mário erraria suas previsões de maneira lamentável. Ao fim do jogo, que fez com que tu levantaste a taça de tetra campeão da Copa do Brasil, o atacante tentou profetizar: “Esse grupo ainda vai ganhar muita coisa”. Errou. Errou feio. Errou rude. Nem esse, nem o seguinte, muito menos o grupo de 2004. O de 2007 chegou perto, mas Riquelme não permitiu. Muito triste.
Eduardo Knapp/Folhapress

     Mas vamos lembrar de tudo que aconteceu até aqui. Naquele 17 de junho de 2001, o nosso presidente ainda era Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Depois disso o metalúrgico Lula venceu as eleições e governou por oito anos, dando lugar a sua companheira de partido, Dilma que governou por seis e foi ‘impeachmada’. Hoje Michel Temer é o presidente interino. Ou seja, quatro presidentes diferentes. Ainda tínhamos três Beatles vivos. O World Trade Center, no centro de New York, ainda estava lá e mal sabíamos quem era Osama Bin Laden (que morreu dez anos depois). A seleção brasileira era tetra e não tomava 7x1 em uma semi-final de Copa do Mundo. Muito menos jogando em casa. Ricky Martin ainda era um sex symbol do mundo feminino. E para o seu desespero, o Internacional ainda não havia sido campeão de tudo. Sim. Libertadores, mundial, copa sul-americana, etc. Eu poderia escrever uma lista longuíssima sobre esses quinze anos, afinal, são quinze FUCKING anos.

     Mas não foi apenas ficar todo esse tempo sem ganhar. Teve que fazer algumas barbaridades no meio do caminho. Logo ali, em 2003, mesmo chegando à semi da Libertadores, conseguiu quase cair para a segunda divisão. Te salvamos. Ou talvez o Cristo ébano, Christian, tenha te salvo. Mas no ano seguinte não deu. Tavarelli, Baloy, Leanderson, Cocito e Cláudio Pitbull era pedir demais. Isso tudo somado ao Claudião na casamata. Quando chamam Claudio Duarte, é quase como chamar o padre para dar a extrema unção. Rebaixado na lanterna. Triste. Depois disso conseguiu voltar à primeira divisão. Ainda bem, estava com saudades. E então começou o “quase”. Quase campeão da Libertadores em 2007, quase campeão brasileiro em 2008, quase classificado, etc. Sempre eliminado.

     Desculpa se eu te faço lembrar esses momentos, mas achei interessante comemorar esse dia especial. Por isso estou aqui vestindo meu melhor terno para dar-lhe a mão e dançar essa valsa. Não fique bravo comigo. Sabe que tudo isso não passa de implicância de irmão. Pode sempre contar comigo, ok? Pode ter certeza que quando atingires a maior idade estarei aqui. E o mesmo pode-se dizer de quando completar 20 anos. Ao que tudo indica, vai ter muitos e muitos anos para comemorar. Um abraço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário