Saudações, torcida alvinegra e torcida gremista de todo Brasil, tudo bem com vocês? Antes de mais nada, uma satisfação enorme redigir esse texto em vésperas de mais uma grande final da Copa do Brasil, o torneio mais emocionante e democrático do certame nacional. Antes de mais nada, pedido de desculpas pelo tempo sem postagem, afinal, a vida nos reserva surpresas e dificuldades diárias, com trabalho, faculdade, preocupações, problemas pessoais e etc.
Eu me senti na obrigação de fazer esse post especial, direcionado às duas torcidas, do Galo e do Tricolor Gaúcho, pelo apelo e também, na tentativa de trazer um conteúdo diferenciado pra vocês. Espero que gostem.
Estamos diante, talvez, de uma das finais mais representativas da história da Copa do Brasil. De um lado, o Atlético MG, que nas ultimas 5 temporadas, se reinventou e se reconstruiu, se tornando uma das referências em estrutura e organização do futebol brasileiro. Esse trabalho inciado pelo saudoso presidente Alexandre Kalil rendeu ao clube talvez o seu melhor momento em seus 108 anos de momentos marcantes e gloriosos. Do outro, o Grêmio Football Porto Alegrense, clube de uma rica e gloriosa história de 113 anos, Campeão do Mundo derrotando o Hamburgo em 1983, também uma das referências do futebol brasileiro em matéria de organização e estrutura, clube revelador de jogadores de renome internacional e históricos, como Ronaldinho Gaúcho, que fez história em ambos os clubes, e Renato Portaluppi, jogador de histórica passagem por grandes clubes do futebol brasileiro e dono do gol do título mundial, e hoje, treinador do elenco finalista da Copa do Brasil.
O Histórico de Atlético X Grêmio
Historicamente, Atlético MG e Grêmio protagonizaram desde 1958 até 2016, confrontos com alto número de gols e equilíbrio, com 58 jogos, sendo o Grêmio o maior vencedor dos confrontos, como informa o infográfico, com 21 vitórias tricolores; o Atlético MG tem 19 vitórias e de empates, somam-se 18 ocasiões, As vitórias atleticanas foram conquistadas em sua maioria em Belo Horizonte, representando 24% do volume de jogos; Já o Grêmio venceu conseguiu 17 de suas 21 vitórias em Porto Alegre, com 29% do volume de jogos, apontando o equilíbrio histórico dos confrontos. O Grêmio marcou mais gols, 69; o Atlético tem 58 gols.
Em relação á jogos de invencibilidade, a história também nos aponta um equilíbrio, com 6 jogos de invencibilidade para cada lado. Essa sequencia de invencibilidade gremista se construiu nos últimos 4 anos. Já o período de invencibilidade atleticana remete aos anos de 80 e 81. O tricolor gaúcho tem o melhor desempenho enquanto á diferença de gols, sendo os 5x0 do Campeonato Brasileiro de 1996 o maior resultado da história dos confrontos. Já o Galo construiu seu maior resultado contra o Grêmio no Brasileirão de 2001: 3x0
Os maiores "carrascos" de Atlético e Grêmio
Marques é até hoje o carrasco do Grêmio nos confrontos, com 6 gols anotados contra o tricolor.
Do outro lado, o carrasco foi Paulo Nunes, o "diabo loiro", também com 7 tentos marcados contra o Galo.
Fonte: Bruno Cantini / Atlético MG |
Do outro lado, o carrasco foi Paulo Nunes, o "diabo loiro", também com 7 tentos marcados contra o Galo.
Fonte: Globoesporte.com |
As ultimas grandes conquistas
Falando sobre o Atlético MG...
O Galo vive intensamente os seus últimos 5 anos. Desde 2011, o clube se tornou referência técnica, pelos bons elencos e pela mudança de paradigma, materializada pelas campanhas vencedoras da Copa Libertadores da América de 2013 e a Copa do Brasil de 2014. Campanhas que foram marcadas pela ótima qualidade de futebol e por momentos que desafiam a razão até do mais clubista dos torcedores. É fácil pescar na memória dos atleticanos e dos amantes de futebol a defesa do pênalti de Victor, contra o Tijuana, aos 46 minutos da 2ª etapa, ou o gol de Leonardo Silva, o 2º gol atleticano que manteve o clube vivo na partida final, que logo viria a ser a noite da consagração em âmbito internacional.
O Galo é um dos clubes de maior numero de participações de Copa do Brasil, com 32 participações. Foi semifinalista por 9x, porém, finalista por apenas 3x, contando com a de 2014 e a dessa edição. É um dos times de melhor rendimento da história do torneiro, aparecendo no "Top 5" em vários quesitos: gols marcados, nº de vitórias, jogos, etc.
Vamos relembrar um momento vitorioso do clube na Copa do Brasil, em seu único título da competição, em 2014. O Galo entrou na competição na nova formulação da competição, em que os clubes brasileiros representantes da Libertadores entrariam direto na fase oitavas de final do torneio. O Galo inciou a campanha contra o Palmeiras, vencendo dos dois jogos: 1x0 no Pacaembu e 2x0 no estádio Independência. Na fase quartas de final, pela frente, o Corinthians. No primeiro jogo, foi derrotado por 2x0 na recém inaugurada Arena Corinthians. A partir dai, começava uma das mais emocionantes e épicas campanhas da história da Copa do Brasil. O Galo recebeu o Corinthians no Mineirão e saiu atrás no placar no início da partida, mas conseguiu o improvável: a reversão do resultado e classificação. O teoricamente impossível virou uma possibilidade tangível e o clube goleou o Corinthians por 4x1, conseguindo sua classificação para as semi-finais. Nas sêmis, teve pela frente o seu maior rival em âmbito nacional: o Flamengo. A história de sofrimento voltaria a se repetir, com um placar de 2x0 no Maracanã. No jogo da volta, também sofreu um gol nos momentos iniciais e motivado intensamente pelos resultados, também conseguiu o improvável, revertendo o resultado numa goleada de 4x1, obtendo a chance de fazer história: enfrentaria o seu maior rival, o Cruzeiro. Em duas partidas irretocáveis, o Galo venceu a primeira partida por 2x0 e venceu a segunda, no Mineirão, por 1x0 e se sagrando campeão pela 1ª vez da Copa do Brasil.
Figuras memoráveis: O técnico Levir Culpi, que chegou fazendo drásticas alterações na estrutura do elenco que havia sido campeão da Copa Libertadores e da Recopa, remontando a equipe vencedora da Copa. Diego Tardelli, Luan, Dátolo, Maicosuel e Leandro Donizete foram figuras memoráveis dentro do campo, sendo os melhores jogadores do clube naquela campanha histórica. Diego Tardelli foi artilheiro daquela edição e Dátolo, o líder de assistências.
Falando sobre o Grêmio...
Talvez o Grêmio esteja passando por um de seus momentos mais incógnitos da sua vencedora história. Depois de um triênio vencedor, conquistando a Copa Libertadores de 1995, sendo vice-campeão mundial no mesmo ano e campeão da Recopa Libertadores em 1996, o clube voltou á ter uma grande conquista em 2001 e desde então, amarga temporadas sem grandes feitos. O seu ultimo grande título em cenário nacional foi quando levantou seu 4º caneco da Copa do Brasil, se tornando ali um dos maiores vencedores do torneio, empatado em conquistas com o Cruzeiro. O clube alternou desde então bons e maus momentos, que vão desde um rebaixamento, passando por um dos mais memoráveis jogos da história do futebol brasileiro, a famosa "Batalha dos Aflitos", em 2005 e grandes campanhas, como a campanha que o levou a final da Copa Libertadores da América em 2007, além dos ótimos campeonatos brasileiros de 2010, 2009 e 2015, ao qual disputou títulos. O Grêmio foi sempre um dos clubes referências em estrutura física e qualidade de futebol no Brasil, seguidamente revelando grandes valores como Anderson, Douglas Costa, Rafael Carioca, Lucas Leiva, entre outros. As campanhas de títulos do Tricolor Gaúcho também foram sempre marcadas por grandes equipes e histórico de partidas memoráveis. Vamos remeter aqui à campanha que simbolizou a ultima grande conquista tricolor: A Copa do Brasil de 2001.
O Grêmio iniciou a campanha desde o seu início, inaugurando sua campanha vitoriosa sendo derrotado na primeira ronda da 1ª fase, por 3x2 para o Villa Nova-MG; Na segunda ronda, reverteu o resultado goleando o Villa Nova-MG por 4x1, garantindo sua passagem á 2ª fase do torneio. Na 2ª fase do torneio, o Grêmio jogou o 1º confronto fora de casa, sendo derrotado pelo Santa Cruz por 1x0; Na volta, eliminou o Santa Cruz, vencendo por 3x1, se qualificando ás oitavas de final. Na fase Oitavas de Final, o Grêmio teve pela frente o Fluminense, empatando o jogo da ida no Maracanã por 0x0; no jogo da volta, no Olímpico, conseguiu uma suada vitória por 1x0, indo para as quartas de final do torneio. Nessa etapa, seu adversário foi o São Paulo e nesse momento, o Grêmio viveu talvez seu momento mais memorável na competição, com um placar apertado por 2x1 em seus domínios, mas obtendo uma grande vitória, com atuação memorável de Marcelinho Paraíba, virando um confronto que estava em 3x1 para o São Paulo para 4x3, se garantindo nas semi-finais do torneio. Nas sêmis, encarou o Coritiba, vencendo os dois confrontos, no Olímpico por 3x1 e no Couto Pereira, por 1x0, se habilitando á disputar a finalíssima do torneio contra o Corinthians. As duas partidas do título gremista foram marcadas por superação de seus jogadores, sacramentando o 4º título da Copa do Brasil vencendo o Corinthians em pleno Pacaembu, por 3x1.
Figuras memoráveis: A 4ª conquista de Copa do Brasil foi orquestrada por Tite, que na época estava surgindo para o cenário nacional e ganharia projeção nacional, fazendo um trabalho de superação e imposição tática fantástico. Marcelinho Paraíba, Zinho, Roger, Danrlei e Mauro Galvão foram os principais jogadores do Grêmio naquele torneio, sendo Marcelinho Paraíba o artilheiro daquele ano.
Como chegam Atlético e Grêmio á final de 2016
Esse Atlético x Grêmio marca a final de uma das edições mais interessantes dos últimos anos. Duas equipes que se encontram em momentos antagônicos, se encaixam em propostas de jogos antagônicas e talvez, vivam momentos ímpares na temporada.
A temporada 2016 começou para o Galo com grandes expectativas, grandes contratações e grandes possibilidades. Contratações como Robinho, Cazares, Fred, Fábio Santos, Junior Urso e muitas outras embalaram o pensamento da crítica esportiva e torcedores do Galo. Porém, na prática, o ano vem se tornando assunto recorrente de torcedores e imprensa, com a tônica da DECEPÇÃO. O Galo sofreu com péssima preparação física, altíssimo número de lesões e trocas de treinadores ao longo da temporada, culminando num desempenho técnico abaixo das expectativas no Campeonato Brasileiro. Porém o clube chegou com competência á final da Copa do Brasil, alternando bons e maus momentos dentro da própria competição, sofrendo com alta alternância de peças, que se lesionaram várias vezes ao longo da temporada, além da falta de encaixe e de entendimento do esquema, a julgar pelo fato que o Galo nem sempre procurou explorar o melhor de suas características, refletindo esse desempenho ruim nos números: faz tantos gols quanto leva. Começou direto na fase oitavas de final, passando por Ponte Preta, Juventude e Internacional. Hoje, o clube conta com a Copa do Brasil como uma esperança da "salvação" de uma temporada que pode terminar de forma frustrante, pelo alto investimento e pelos desempenhos medianos.
Já a temporada 2016 para o Grêmio começou de forma questionável. O Tricolor mantinha a base do time que vinha de um ótimo campeonato brasileiro na temporada anterior e a manutenção de Roger Machado, que foi assediado por vários clubes brasileiros no período final da temporada 2015. As contratações feitas pelo Grêmio, que tinha pela frente o objetivo de voltar às grandes conquistas foram insuficientes pelo nível da Copa Libertadores, e o tricolor acabou sucumbindo nas Oitavas de Final do torneiro, sendo derrotado duas vezes pelo Rosário Central. A partir daí, se instaurou um cenário de desconfiança no tricolor e questionamentos ao trabalho de Roger. O time apresentou desempenho mediano durante grande parte do Campeonato Brasileiro e sequer figurava entre os primeiros colocados do certame nacional. Isso acabou culminando com a demissão de Roger Machado, encerrando um ciclo no Grêmio e a chegada de uma figura histórica do tricolor: Renato Portaluppi. A partir daí, mudou-se o ânimo e a perspectiva tricolor, que voltou a apresentar bom futebol. O Grêmio também entrou na fase Oitavas de Final, deixando pelo caminho Atlético PR, Cruzeiro e Palmeiras. Hoje, a ESPERANÇA é o que norteia o ambiente tricolor, além do fator motivacional de se fazer história, pois o Grêmio pode quebrar a sequencia ruim de 15 anos sem grandes títulos.
O que os colunistas do VAI QUE TO TE VENDO esperam da finalíssima?
Quando analisamos as características das equipes brasileiras, deparamos com equipes que se identificam com um perfil mais técnico, mais frio dentro de campo e nas arquibancadas. Estas equipes, se sobressaem por prover um futebol mais técnico, cadenciado e não com muita raça.
Outrora temos clubes que não tem como não agregar como características principais a raça, a superação, não é qualquer clube capaz de protagonizar uma Batalha dos Aflitos ou ganhar campeonatos a base da superação, tendo que reverter placares considerados improváveis. Isso só Atlético Mineiro e Grêmio nos possibilitam vivenciar, isso se dá por que estas equipes jogam com pressupostos básico da raça e da gritaria das arquibancadas.
Notoriamente esta final entre Atlético MG e Grêmio será digno de toda a história que estas duas equipes construíram ao longo de suas existência. Raça, garra e luta não faltará.
@AlyssonHbs, da equipe @GaloVQTTV
Info sobre a finalíssima
Jogo da ida:
Jogo da volta:
Prováveis escalações:
GALO: Victor; Carlos César (Marcos Rocha), Gabriel, Erazo (Edcarlos), Fábio Santos (Leonan); Leandro Donizete, Junior Urso; Maicosuel, Cazares (Clayton), Robinho; Lucas Pratto
Técnico: Marcelo Oliveira.
GRÊMIO: Marcelo Grohe; Edilson, Geromel, Kannemann, Marcelo Oliveira; Maicon, Ramiro, Wallace, Douglas, Pedro Rocha; Luan,
Técnico: Renato Portaluppi.
Galera, agradeço de coração pela LOOONGA leitura, mas foi feito de coração, do tamanho dessa grande final que teremos logo mais. Agradeço a colaboração do @Soledar_, do @Alyssonhbs e de outros colunistas do VQTTV.
Otima final á todos, paz nos estádios, rivalidade somente em campo e que vença o melhor!!
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