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sábado, 5 de janeiro de 2019

VQTTV Entrevista #11 - Com Victor Martins

Após longo e tenebroso inverno, retornamos com o VQTTV Entrevista. Em sua 11ª edição, nosso recebemos o jornalista Victor Martins. Com passagens por: Folha de São Paulo, Lance!, Revista Quatro Rodas, Revista Audi, e Revista F1 Racing, Victor atualmente exerce na função de diretor-executivo do maior site de esporte a motor da américa latina (Grande Prêmio). Além de gerenciar o Site GP, Victor é comentarista de automobilismo dos Canais ESPN e também possui participação no site "Nosso Palestra".

Com tantos bons predicados, nosso simpático e sincero entrevistado - gostamos de pessoas que falem o que pensam, sem pestanejar, iniciamos a temporada 2018 do nosso quadro de perguntas e respostas, com um estupendo entrevistado.
 


VQTTV - Quando surgiu o interesse no esporte a motor e quais suas lembranças iniciais das  corridas que acompanhou?

VM - Desde pequeno, com 7 ou 8 anos, comecei a assistir e acompanhar. Perdi só algumas corridas desde então. Eram corridas dos títulos de Senna ou momentos marcantes, como a bandeirada que era dada em Adelaide.

VQTTV - Quando houve a escolha pelo jornalismo, e como foi seu início na área?

VM - Ainda no então colegial, hoje ensino médio, com 12 ou 13 anos. Não foi muito difícil escolher, e já sabia que queria trabalhar com automobilismo. Quando estava no último ano de faculdade, mandei um e-mail para Flavio Gomes para fazer alguns comentários sobre Jacques Villeneuve e o que Galvão Bueno falava a respeito dele. Gomes gostou do que eu havia escrito e me contou que um dos jornalistas do Grande Prêmio estava para sair e se eu não me interessava em entrar no lugar. Acabei entrando em fevereiro de 2003 no lugar de Everaldo Marques.

VQTTV - Atualmente, você está no Grande Prêmio -- maior site de esporte a motor do continente -- e às vezes na ESPN. Como canal, GP e Victor se encontraram e como é fazer parte de ambos?

VM - Desde 2003, estou no GP, agora como diretor-executivo. Neste ano, então, se completam 16 anos ininterruptos. Em maio de 2012, no meio da cobertura da corrida da Indy no Anhembi, recebi um telefonema da produção da ESPN interessada para que eu fosse o comentarista das corridas em VT. Com o passar do tempo, fui chamado para fazer alguns comentários num dos vários Bate-Bola que existiram. No ano passado, a ESPN criou um quadro fixo no SC (Sports Center) sempre antes e depois das corridas da F1. Meu contrato foi renovado, mas só devo voltar a aparecer lá em março mesmo.

VM - O GP é parte da minha vida diária até porque sou responsável pela empresa em si, então mesmo em eventuais descansos ou férias, sempre tenho de pensar no andamento do negócio. No GP, hoje, eu tenho uma visão mais holística, de gerenciamento, pegando todas as pontas de produção de conteúdo, parcerias e eventos. No caso da ESPN, gostaria que o canal desse mais atenção ao automobilismo – e a outros esportes. Creio que, olhando também como um todo, é possível criar atrações no canal e nas redes sociais para um público que é carente disso.  

VQTTV -  Na sua opinião, qual o real momento do automobilismo (nacional e intermacional)? Está em alta, baixa, meio termo? E quais fatores podem ampliar o leque de aficcionados no esporte?

VM - O automobilismo está em queda porque as novas gerações não se interessam por carros de forma geral e têm outras formas de consumir conteúdos – ou, ainda, outros focos na vida. A forma como é ofertado o automobilismo, e isso falando no Brasil, é paupérrima. As emissoras passam as corridas parece que torcendo para que acabem logo – a Globo mal passou o pódio do GP de Abu Dhabi; a Bandeirantes corta a transmissão assim que a bandeirada é dada na Indy. Nenhuma delas sequer pensa em ter um canal estilo Sky Sports – e, repito: há um público fiel com o qual conseguiriam lucrar, já que é o que visam, se o fizessem. Não fossem as mídias digitais, as pessoas iam se esquecer ainda mais de que há corridas de F1, ainda mais quando não há um brasileiro para que torçam. 

VM - No Grande Prêmio, a gente busca várias formas de trazer cada vez mais gente para as mídias, mas também entende que é necessário oferecer experiências para atrair sobretudo a molecada. A molecada está interessada em videogame e mundo virtual? OK, então vamos fazer o caminho inverso: fazer com que elas conheçam o automobilismo ‘real’ através deles. É, inclusive, um dos nossos projetos este ano.  

VQTTV - Muitos afirmam que automobilismo não é bem tratado no Brasil pela maioria das mídias. Você crê que a modalidade entrou em um nicho diferente do que os fãs estavam acostumados a interar e acompanhar?

VM - O brasileiro vive de futebol porque os grupos de comunicação entucham o tempo inteiro futebol ao espectador. Nenhuma delas dá o devido valor a outras modalidades. As outras só existem, de novo, quando surge um brasileiro. Pegue como exemplo recente o MMA. Fizeram o Galvão aprender a narrar UFC quando explodiram José Aldo, Fabricio Werdum, Anderson Silva. Tinha sempre na grade da emissora. Hoje, sumiu. Você quase não presta mais atenção – e olha que ainda há lutadores brasileiros sendo campeões. O basquete faz um ótimo trabalho – mesmo com as ressalvas da briga recente entre a CBB e o NBB – de resgate de sua importância, com transmissão em várias mídias, inclusive o Facebook. E é assim que tem de ser. Os ‘outros’ têm de brigar para aparecer da forma que puderem. O automobilismo há algum tempo briga para não ser relegado entre estes ‘outros’.

VQTTV - Qual é o seu top-5 de pilotos na atualidade?

VM - Marc Márquez, Lewis Hamilton, Alexander Rossi, Max Verstappen e Scott Dixon.

VQTTV - Existiram críticas ao kit aerodinâmico dos carros da IndyCar, e muitos afirmam que a edição de 2018 500 Milhas de Indianápolis de 2018, foi a pior da década. Há procedência em tais afirmações? Se sim, o quadro pode ser revertido para a temporada 2019?

VM - Os americanos ficaram até contentes com a edição deste ano em que se premiaram as equipes que encontraram um acerto ideal, porque antes estava fácil ultrapassar, e blá-blá-blá. A corrida foi um puta porre. Era muito legal acompanhar as corridas até 2017 quando os carros andavam grudados e causava uma baita imprevisibilidade: 2012 com a batida Sato-Franchitti no fim; 2013 com Kanaan vencendo passando Hunter-Reay; 2014 naquela briga ótima de Castroneves-Hunter-Reay utilizando de forma inédita a parte interna da pista para evitar as ultrapassagens; 2016 com Rossi ganhando no sopro do vento; 2017 com Sato (!). Os ovais, de certa forma, ficaram inviáveis com esta nova carga aerodinâmica, por isso estão tentando achar ao menos um meio termo. Eles têm de achar. Porque ficou realmente chato de acompanhar.

VQTTV - A Fórmula E se firma cada vez mais no calendário mundial do automobilismo, mas ainda há muito a evoluir. Em que aspectos você acredita que a categoria pode crescer?

VM - Primeiro, decidir se é um evento com montadoras com vistas a vender carros elétricos ou se é de fato um campeonato, com pistas minimamente interessantes, uma classificação justa e uma revisão completa no sistema de punições, que são incompreensíveis. Segundo, se vai ser levada a sério ou se vai achar que introduzir ‘modo ataque’ nas corridas é fofo. Diante disso, aí ela começa a dar maiores passos.

VQTTV -  Top-3 dos maiores (e não melhores) pilotos da história 

VM - Michael Schumacher, Juan Manuel Fangio e Lewis Hamilton. Os três que mais conquistaram títulos, por isso são os maiores.

VQTTV - Além de automobilismo, você acompanha outras modalidades. Uma delas sabemos que é o futebol e ligado ao Palmeiras. Como o Palestra surgiu em sua vida?

VM - Gosto cada vez menos de ver futebol e larguei o Palmeiras este ano. Não consigo mais gostar de uma equipe que abriu mão de ter uma relação próxima com seu torcedor, que não briga para que ele esteja nos arredores do estádio pomposo, e que tem gentes como Felipe Melo, Leila Pereira e afins em seu quadro, pelos vários motivos que eles representam.

VQTTV - Você compactua com a ideia de um clube contratar os melhores dos clubes concorrentes? Ou é favorável a criação de um sistema mais igualitário e equilibrado, principalmente no futebol brasileiro?

VM - Sou bastante favorável ao modelo que é feito na Premier League. Não à toa, é um dos melhores, se não o melhor, campeonato do mundo. Os jogos aqui são de doer – e não é só pelo fato de que todo mundo joga quarta/domingo. Os treinadores não têm interesse em praticar um futebol vistoso, e tem gente ‘scolada’ que bate no peito e fala que só joga por resultado. Os jogadores são mimados, intelectualmente fracos e indispostos a mostrar algo bom. Chegar na Copa e tomar aperto de Costa Rica ou Suíça e nó tático da Bélgica é absolutamente normal.

VQTTV - Momento "Marília Gabriela", com um bate-bola

VQTTV -  Fórmula 1 2019

VM - Hamilton será campeão

VQTTV - Nascar

VM - Vou ver pouco.

- DTM

René Rast favorito.

- IndyCar

Amo Indy 500.

- Hamilton ou Vettel?

VM - Hoje, Hamilton.

VQTTV - Edmundo ou Evair?

VM - Evair.

VQTTV - Estilo(s) Musical(is)

VM - Rock e música eletrônica.

VQTTV - Uma citação

VM - “Amar é muito mais sentir do que dizer. E milhares de palavras bonitas jamais expressariam a grandeza do que sinto por você”

VQTTV - Um ídolo

VM - Alessandro Zanardi

- Flávio Gomes 

Um cara por quem tenho profunda gratidão por ter me aberto as portas para ser quem eu sou hoje. Um cara complicado (quem não é?), mas do bem.

VQTTV - Paddock GP

Um show de humor com pitadas de automobilismo

VQTTV -  Uma mensagem aos leitores do site

Um grande abraço a todos os leitores do VQTTV e que tenham um 2019 de muito sucesso e saúde. E sempre na luta contra a ignorância, a mediocridade e a injustiça.




Foto: Marcos Júnior Micheletti/Portal Terceiro Tempo

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