O Galo
voltou a campo para partidas oficiais na última quinta-feira, no clássico
contra o rival, jogo de ida válido pelas quartas de final da Copa do Brasil. A dura
derrota somada a apatia do time em campo foi de revoltar o torcedor, que não conseguiu
compreender o que aconteceu com a equipe que vinha em uma crescente antes da
parada da Copa América e encarou um adversário que vinha atolado em polêmicas
fora de campo, e dentro das quatro linhas amargava péssimas atuações e a 18ª
colocação no Campeonato Brasileiro. Mais uma vez ressuscitamos o rival em um
momento que podíamos afundá-lo mais ainda.
Mas o
que fez o time do Atlético se mostrar tão entregue em campo, às vezes até
desmotivado, sem foco para a grande decisão? A resposta exata talvez não
saberemos nunca. Mas um fato ocorrido durante a semana que antecedeu ao grande
jogo pode ter uma grande parcela nesse fator emocional do time para a partida.
Titular
da equipe até a intertemporada, Adílson voltou aos treinamentos e inicialmente
perdeu espaço para Zé Welison. Com o passar dos dias de trabalho na Cidade do
Galo começaram a surgir notícias de que o Alemão fora liberado para tratar de
assuntos pessoais e estaria de fora dos treinamentos. Ele completou 6 dias sem
aparecer em campo e isso causou uma certa desconfiança de todos. O clássico
veio, a derrota também. Deitei na cama com um sentimento de muita raiva por
tudo que aconteceu naquele jogo. Quando acordei na sexta, 12, já recebo uma
notícia pesada pelos grupos de WhatsApp: Adílson possivelmente anunciaria a
aposentadoria devido a um problema de coração.
Foto: Bruno Cantini/Atlético. |
De cara
não queria acreditar. Nosso volantão, tão duro em campo, sofrendo um baque
desse fora das quatro linhas. Em sua coletiva na parte da tarde foi complicado
segurar a emoção. Ao lado de Rui Costa, e aos olhares de todo elenco, Adilson
foi as lagrimas ao explicar o sentimento que era ter sua carreira pausada tão
precocemente por um problema no coração. A cardiomiopatia hipertrófica
causa um mal funcionamento do miocárdio, musculo do coração, e como explicou o
cardiologista do clube, o Dr. Haroldo Christo Aleixo também presente na
coletiva de sexta, impede Adilson de continuar jogando futebol. Foi o mesmo
problema que culminou com a morte de Serginho do São Caetano, em partida contra
o São Paulo em 2004.
Ao todo
foram 99 jogos com a camisa alvinegra e dois gols. Rui Costa já avisou que
planeja uma homenagem merecida a esse guerreiro que honrou muito nosso manto em
campo. Uma participação simbólica em alguma partida para completar a centésima atuação
pelo clube e uma placa o parabenizando por todos os seus serviços prestados
ainda seria pouco para esse grande profissional.
E que
tal mantê-lo ao lado desse grupo que ele mesmo denominou como família em sua
despedida emocionante na sexta? Pois é, e nessa segunda-feira na reapresentação
da equipe após a vitória de virada sobre a Chapecoense pelo Brasileirão teve
novidade na comissão técnica alvinegra. Os jogadores foram apresentados ao novo
auxiliar técnico do clube e que já começa seus trabalhos motivando a equipe
para o duelo decisivo dessa quarta. Na sexta ele já deixou o recado. Essa é a
chance de ele conquistar um título importante em sua carreira. E os jogadores
tem toda a capacidade de honrá-lo com mais entrega na partida de volta contra o
rival.
Foto: Alessandra Torres/Folhapress. |
A motivação
já está exposta. O apoio das arquibancadas, como sempre, vai acontecer do
início ao fim, agora ainda mais com o reforço de mais um guerreiro alvinegro. Estaremos
eternamente gratos por tudo que fez por nós em campo Alemão e desejamos que
tenha a saúde plena para enfrentar essa nova caminhada que lhe foi apresentada.
A massa está com você Adilson.
Rodrigo Ricoy
@dih_ricoy
Nenhum comentário:
Postar um comentário