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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

A Fórmula 1 tem um novo ídolo

Jennifer Lorenzini/Reuters



É com essa frase de Galvão Bueno durante a transmissão do GP da Itália pela TV Globo que inicio este texto sobre a volta das férias de verão. Após 4 semanas de seca por corridas durante o mês de Agosto, a Fórmula 1 retornou em Setembro com uma “rodada dupla”: GP da Bélgica e GP da Itália. E se antes das férias falávamos na genialidade do jovem Max Verstappen, voltamos delas com outro jovem genial se destacando: Charles Leclerc.

Assim como foi no Canadá e na Áustria, já se esperava uma boa performance da Ferrari em pistas de alta velocidade como as de Spa e Monza. E a equipe de Maranello não decepcionou, colocando seus carros nas duas primeiras posições do grid da Bélgica. Na corrida, um erro de estratégia da equipe italiana custou a prova de Sebastian Vettel e como consequência, assistimos a uma cena, até então, impensável ou, pelo menos, pouco provável: a Ferrari ordenou que o alemão deixasse Leclerc passá-lo. Assim, o monegasco rumou para a vitória, sua primeira e a primeira de um piloto de Mônaco na categoria!

Porém, o que viria depois tinha ainda mais peso. A Ferrari chegou como favorita para seu GP local em Monza, pista onde não vencia desde 2010. Além disso, a equipe italiana está comemorando 90 anos de existência, data comemorada com um evento em Milão na semana da corrida. Foi sob toda essa pressão que Charles Leclerc conquistou mais uma vitória, mostrando a todos que sua conquista em Spa não foi fruto do acaso. Enquanto o monegasco se destacou, especialmente em suas defesas contra as investidas de Hamilton e Bottas, Sebastian Vettel parecia um iniciante, cometendo um erro que lhe custou ainda um Stop&Go de 10s por voltar de forma perigosa à pista.

A performance de Leclerc nessas duas provas nos fizeram imaginar aonde esse garoto pode chegar. Se no fim de Julho falávamos que Max Verstappen é um futuro campeão mundial, temos certeza hoje de quem será um de seus principais adversários. Esses dois pilotos têm nos feito vibrar a cada corrida. É impressionante também como as corridas têm ganho em audiência, muito devido a esses dois pilotos. Apesar do campeonato estar bem encaminhado para o Hamilton e para a Mercedes, temos tido a oportunidade de assistir a provas sensacionais e assim esperamos que continuem. Ver Max Verstappen e Charles Leclerc disputarem posições em alto nível tem nos dado mais um sentido para acordar de manhã no domingo.

Por fim, não poderia deixar de registrar os meus sentimentos pela morte do piloto francês Anthoine Hubert, ocorrida durante a primeira prova do fim de semana da Fórmula 2 na Bélgica. A colisão em “T” com o carro do americano Juan Manuel Correa vitimou fatalmente o jovem piloto francês e feriu gravemente o americano de 20 anos. Que esse acidente, apesar de ser uma das formas mais perigosas e difíceis de evitar no automobilismo, ajude a melhorar a segurança dos carros e das pistas. Temos visto nos últimos anos um aumento de asfalto nas áreas de escape, permitindo que os pilotos não percam tanto tempo quando errarem. Porém, é preciso refletir o quanto essa medida pode dar margem a acidentes como esse, já que ambos se chocaram na área de escape. Já em Monza, o piloto da Fórmula 3 Alex Peroni decolou após seu carro passar por cima de uma “salsicha” usada para impedir os pilotos de ganharem tempo na curva parabólica. Felizmente, nada demais aconteceu com o Australiano, que saiu andando do carro. Não sei se voltar com a brita seria uma boa solução, porém o asfalto nas áreas de escape tem se mostrado mais perigoso que eficiente.

Após uma breve pausa de uma semana, a Fórmula 1 chegará a Cingapura, uma das pistas mais travadas do campeonato. Devemos ver uma Ferrari bem mais modesta que nas últimas corridas, aumentando as chances de Mercedes e Red Bull brigarem pela vitória. Pode ser a chance perfeita para um velho conhecido voltar a se destacar: Lewis Hamilton.


Por: Fabrício Cavalcanti 

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