Jennifer Lorenzini/Reuters |
É com essa frase de Galvão Bueno durante a transmissão do GP
da Itália pela TV Globo que inicio este texto sobre a volta das férias de
verão. Após 4 semanas de seca por corridas durante o mês de Agosto, a Fórmula 1
retornou em Setembro com uma “rodada dupla”: GP da Bélgica e GP da Itália. E se
antes das férias falávamos na genialidade do jovem Max Verstappen, voltamos
delas com outro jovem genial se destacando: Charles Leclerc.
Assim como foi no Canadá e na Áustria, já se esperava uma
boa performance da Ferrari em pistas de alta velocidade como as de Spa e Monza.
E a equipe de Maranello não decepcionou, colocando seus carros nas duas
primeiras posições do grid da Bélgica. Na corrida, um erro de estratégia da equipe
italiana custou a prova de Sebastian Vettel e como consequência, assistimos a
uma cena, até então, impensável ou, pelo menos, pouco provável: a Ferrari ordenou
que o alemão deixasse Leclerc passá-lo. Assim, o monegasco rumou para a
vitória, sua primeira e a primeira de um piloto de Mônaco na categoria!
Porém, o que viria depois tinha ainda mais peso. A Ferrari
chegou como favorita para seu GP local em Monza, pista onde não vencia desde
2010. Além disso, a equipe italiana está comemorando 90 anos de existência, data
comemorada com um evento em Milão na semana da corrida. Foi sob toda essa
pressão que Charles Leclerc conquistou mais uma vitória, mostrando a todos que sua
conquista em Spa não foi fruto do acaso. Enquanto o monegasco se destacou,
especialmente em suas defesas contra as investidas de Hamilton e Bottas,
Sebastian Vettel parecia um iniciante, cometendo um erro que lhe custou ainda
um Stop&Go de 10s por voltar de forma perigosa à pista.
A performance de Leclerc nessas duas provas nos fizeram
imaginar aonde esse garoto pode chegar. Se no fim de Julho falávamos que Max
Verstappen é um futuro campeão mundial, temos certeza hoje de quem será um de
seus principais adversários. Esses dois pilotos têm nos feito vibrar a cada
corrida. É impressionante também como as corridas têm ganho em audiência, muito
devido a esses dois pilotos. Apesar do campeonato estar bem encaminhado para o
Hamilton e para a Mercedes, temos tido a oportunidade de assistir a provas
sensacionais e assim esperamos que continuem. Ver Max Verstappen e Charles
Leclerc disputarem posições em alto nível tem nos dado mais um sentido para
acordar de manhã no domingo.
Por fim, não poderia deixar de registrar os meus sentimentos
pela morte do piloto francês Anthoine Hubert, ocorrida durante a primeira prova
do fim de semana da Fórmula 2 na Bélgica. A colisão em “T” com o carro do
americano Juan Manuel Correa vitimou fatalmente o jovem piloto francês e feriu
gravemente o americano de 20 anos. Que esse acidente, apesar de ser uma das
formas mais perigosas e difíceis de evitar no automobilismo, ajude a melhorar a
segurança dos carros e das pistas. Temos visto nos últimos anos um aumento de
asfalto nas áreas de escape, permitindo que os pilotos não percam tanto tempo
quando errarem. Porém, é preciso refletir o quanto essa medida pode dar margem
a acidentes como esse, já que ambos se chocaram na área de escape. Já em Monza,
o piloto da Fórmula 3 Alex Peroni decolou após seu carro passar por cima de uma
“salsicha” usada para impedir os pilotos de ganharem tempo na curva parabólica.
Felizmente, nada demais aconteceu com o Australiano, que saiu andando do carro.
Não sei se voltar com a brita seria uma boa solução, porém o asfalto nas áreas
de escape tem se mostrado mais perigoso que eficiente.
Após uma breve pausa de uma semana, a Fórmula 1 chegará a
Cingapura, uma das pistas mais travadas do campeonato. Devemos ver uma Ferrari
bem mais modesta que nas últimas corridas, aumentando as chances de Mercedes e
Red Bull brigarem pela vitória. Pode ser a chance perfeita para um velho conhecido
voltar a se destacar: Lewis Hamilton.
Por: Fabrício Cavalcanti
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