Fala, Mulambada! Tudo bem?
E aí, o que acharam do “FLAcaembu”?
Vejam, se tem uma coisa da qual nós, Rubro-Negros, jamais podemos deixar de nos orgulhar é exatamente o fato de que em cada situação atípica destas, ou seja, em cada visita do Flamengo à uma praça diferente do Rio de Janeiro, a comoção da Nação local é simplesmente sensacional.
Ser uma torcida efetivamente nacional é de emocionar e de arrepiar!
E quanto ao jogo, o que acharam? Concordam com alguns que dizem que a apresentação de ontem à tarde foi mais um vexame (especialmente em virtude da ampla maioria de torcida), tal qual a última derrota? Ou acham que o time se apresentou bem?
Juan foi o melhor em campo - Fonte: Marco Ribolli |
Bom, meus amigos, acho que a minha opinião pessoal já ficou bastante clara no título do texto, não é? Minha opinião sincera é que não foi nem um extremo nem outro. Não foi nem de longe uma apresentação no nível do que esperamos ver o Flamengo jogar, mas também não foi “aquilo que disseram que era futebol” que (não) jogamos contra o confiança.
A verdade é que vimos um Flamengo mais morno do que banho de bebê.
Vou dizer para vocês a ideia que eu faço sobre empates, daí vocês analisam se tenho um pouco de razão sobre essa ideia: Via de regra, nos empates com gols, cada time teve o seu momento no jogo (normalmente os momentos que culminaram exatamente com os gols), ainda que haja uma disparidade técnica entre eles; Já o empate sem gols, salvo raras exceções, acaba sendo fruto de dois times tão equivalentes (em postura e em técnica) em campo que um não consegue se impor em momento algum sobre o outro.
Ao meu ver, a situação descrita acima coincidiu exatamente com o que vimos ontem. Em nenhum momento dos 90 minutos vimos o Flamengo conseguir se impor sobre os frequentadores de divisões inferiores.
Daí vocês me diriam: “Ora, mas era clássico, e em clássico é normal (e até esperado) que não haja superioridade de um dos dois...”.
E eu concordaria plenamente, amigos, não fosse por um único fator: O time de laranjópolis tem Levir como técnico a apenas três jogos.
Como, considerado este aspecto, podemos nos permitir achar normal nosso time não ter se apresentado melhor em campo do que o rival? Esse elenco está “fechado” (está óbvio que não) e sendo treinado por Muricy desde janeiro, mulambada. Noventa dias. Três meses e ainda nos apresentamos em pé de igualdade com um time cujo técnico tem três jogos comandando a equipe. Inexplicável.
Aliás, várias coisas andam sem explicação pelos lados da Gávea. Por exemplo, sabendo que estamos nessa maratona de jogar cada jogo em uma praça do país, por que Muricy não faz mais revezamentos (muitas vezes, nem faz as três substituições durante os jogos), aproveitando os meninos que vieram da Copinha? Outra: Por que a insistência em manter o talibã como capitão, se já ficou mais do que comprovado que ele não tem cabeça suficiente para lidar com a pressão do “posto”? Outra: Por que manter no banco um goleiro que nos custou R$ 4 milhões, enquanto o goleiro que vem atuando está seguidamente cometendo falhas claras? E finalmente, a maior das dúvidas atuais da torcida Rubro-Negra: Por que, mesmo vivendo um momento técnico terrível, e sendo o de maior idade no elenco, Emerson Sheik não é sacado (nem por um único jogo, sequer) do time titular, nem mesmo a título de ser poupado?
Meus amigos, chega a ser deprimente ver, jogo após jogo, Sheik errando absolutamente tudo o que tenta. Digo deprimente porque, pelo menos para mim, fica muito claro que há correção na intenção, ou seja, no pensamento da jogada, e que o problema está na execução. Ao meu ver, como sou adepto do pensamento de que ninguém desaprende a jogar futebol, isso só pode significar um declínio na capacidade física de Emerson, declínio este, vamos combinar, esperado.
Sheik vive momento técnico complicado - Fonte: Marco Ribolli |
Uma consequência bem visível das más atuações do Sheik (e neste caso também de Cirino, que também voltou a se apresentar muito aquém de seu potencial) é a praticamente inexistência da jogada de contra-ataque em velocidade pelos lados de campo (aquela jogada em que, retomada a bola na zaga, é feita a saída em velocidade pelas laterais, com a ligação destes para os pontas, e daí para o centroavante tentar a finalização ao gol). Aqui, para que houvesse efetividade nesta jogada, precisaríamos da saída rápida de bola com Jorge, até ultrapassar o campo e ligar rapidamente para Emerson, e este cruzando, lançando ou tocando para Guerrero (com a “réplica” pela direita, com Rodinei – Cirino – Guerrero). Mas aí, o baixo rendimento de Sheik (e de Cirino) vem comprometendo constantemente esta alternativa tática.
Outra consequência terrível dessa “ausência” em campo do Sheik é que ela está interferindo decisivamente nas (fracas) atuações do peruano Guerrero, e isto está claramente começando a irritar (se é que está apenas começando) nosso centroavante.
É notório que Guerrero, com sua natureza de busca contínua pela finalização, necessita ser municiado. Neste sentido, ainda que possamos vincular a queda na efetividade do atacante à ausência de Mancuello e à (ainda visível) falta de ritmo de Ederson, fica claro que os lançamentos destes meias não podem ser o único caminho da bola até nosso centroavante, sendo fundamental que os pontas joguem para que a bola chegue aos pés de quem decide.
Bom, meus amigos, em linhas gerais, esse foi o retrato do FLAcaembu. Mais um show da Nação mais bem-vestida do planeta, mais uma apresentação morna dos caras que jogam com o Manto dessa Nação. Esperamos e torcemos para que o ponto de ebulição seja novamente alcançado (e mantido) a partir de amanhã à noite, na semi da Primeira Liga.
Vamos esquentar, Mengão! Vai que tô te vendo!
Grande abraço!
SRN
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