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segunda-feira, 7 de março de 2016

Até que minha voz acabe

Todo clássico é aguardado ansiosamente pelas torcidas envolvidas. Saber que um mesmo jogo na casa do maior rival será válido por duas competições diferentes quase nos deixa sem ar. O futebol é responsável por sentimentos inexplicáveis e incomparáveis, que vão desde o amor incondicional depositado em um clube até o sentimento de absurda impotência ao ver seu maior ídolo vestindo a camisa de outro time qualquer, mesmo sabendo que existem muitos motivos sujos por trás disso tudo.

Ser visitante em um clássico é uma experiência que exige paciência. São horas de espera para ir ao estádio, horas de espera para o jogo começar, horas de espera para voltar do jogo e por aí vai... Até que você chega em casa e se dá conta que passou 10h ou mais em função disso. E o pior: não consegue parar de pensar e falar sobre a partida, mesmo que tenha sido um empate morno e sem grandes motivos para euforia. Na verdade, eu diria que a melhor parte é essa. O pós jogo! Quando a gente se dá conta de que mesmo não ganhando, o amor que existia em nós sequer fraquejou. 
Foto: Ricardo Duarte | GreNal 409
Acho que existem dois momentos na vida em que eu realmente entro em desespero total: quando alguém que amo está passando por uma situação muito difícil e quando um jogador do meu Internacional perde a bola em frente a grande área, na casa do adversário, deixando o atacante deles de cara com o nosso goleiro. Eu juro. Nada mais faz o meu coração parar por alguns milésimos de segundo e voltar a bater mais forte ainda logo em seguida.

Ser torcedor dói, acreditem. Quando você está acompanhado de duas mil pessoas que amam o vermelho e branco do colorado, em meio a quarenta e oito mil que amam o azul, preto e branco do Grêmio, ouvindo-os acender após uma grande jogada e cantar a plenos pulmões qualquer coisa que empurre o time deles, você se sente na obrigação de tirar folego de onde quer que seja e fazer valer a sua presença ali. Eu sei porque é o que acontece comigo. Quando eles cantam, eu quero cantar mais alto ainda. Mesmo que sejamos apenas duas mil vozes, nós podemos quase equivaler o som, deixando claro ao mundo inteiro que o nosso amor tá ali e que nós estamos ali por ele. A voz pensa em falhar e a gente não deixa, grita mais alto ainda, canta por todos que não estão ali, sente a garganta doer e a cabeça pedir um descanso, mas a gente não para. A gente não para porque não consegue parar. A gente não para porque não pode fardar, entrar em campo e jogar junto.
Foto: Ricardo Duarte | GreNal 409

Não me peça explicações, só quem é torcedor sabe o quanto uma vitória sobre o maior adversário pode significar. Perder clássico desestabiliza, desanima, desequilibra. Empatar dificilmente é bom, mas na casa do Grêmio quase chega a ter um gostinho de vitória, ainda mais quando ele nos rende uma classificação para as semifinais da Primeira Liga. É assim que o futebol é. Ele nos faz desafiar nossas condições físicas e mentais a todo instante. Juro por um gol em Mundial que nada pode ser mais inexplicável que esta mistura de sentimentos responsável por levar milhares de pessoas ao estádio a cada rodada. Não faz sentido nem pra mim, torcedora apaixonada que carrega o primeiro brasão do meu Clube estampado na pele aonde quer que vá, quem dirá aos que não entendem que isso não é só um esporte... Mas faz parte. As melhores coisas do mundo não possuem explicação. Então seguiremos aqui, prontos para entoar a plenos pulmões todos os cantos que possam empurrar nosso time em direção a vitória, seja qual for a competição, seja qual for o adversário, até que nossa voz acabe. 

Aí, meus amigos, será hora de respirar fundo e encontrar uma nova maneira de fazer nosso amor transcender, porque parar não faz parte de nossos planos. Isso é futebol. Isso é Sport Club Internacional.

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